Levy defende no FMI medidas fiscais para retomar crescimento
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, nesse domingo, em Washington, que o gerenciamento da dívida brasileira pode ser utilizado para o país obter estabilidade.
"A dívida pode ser útil se for administrada e sustentável", disse Levy num debate sobre políticas fiscais que encerrou a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI). "O endividamento está sob controle e pode ser gerenciado em benefícios para o país", enfatizou.
Levy defendeu as medidas de ajuste fiscal que o governo brasileiro propôs ao Congresso e o processo de negociação que está em curso para a aprovação pelos parlamentares. Ele ressaltou no FMI que essas medidas são necessárias para retomar o crescimento.
"O Brasil está adotando decisões difíceis. Assim que o governo apresentou os seus planos, está a cabo do governo tomar as decisões", continuou o ministro. "Nós precisamos fazer o ajuste fiscal para retomar o crescimento e as pessoas entenderam isso".
Segundo ele, se os governos forem corajosos para explicar as medidas, "a resposta não será ruim, pois as pessoas irão entender". "Se houver legitimidade e transparência, a situação não será ruim."
Levy lembrou que líderes do Congresso assinaram uma declaração dizendo que não vão assinar nenhuma lei que crie novos gastos no país. "É bom numa democracia quando as pessoas chegam a esse tipo de comprometimento para não se acrescentar uma nova dívida", reiterou.
O ministro disse ainda que o Brasil tem um arcabouço fiscal sólido que evitou que a dívida subisse muito nos últimos anos. O ministro citou a lei de Responsabilidade Fiscal e a possibilidade de negociar com o Congresso a respeito das escolhas que o país deve fazer.
Segundo ele, quando houve o advento da crise financeira global, em 2008, o país estava numa posição confortável, graças a esse arcabouço.
Levy disse ainda que o país adotou "políticas anticíclicas que, mais recentemente, foram exauridas". "E passamos a políticas mais acomodatícias", continuou.
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