IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Presidente da TAM aponta o que vai permitir investimento no Nordeste

19/04/2015 11h30

A Latam, holding que controla a brasileira TAM e a chilena LAN, está pronta para canalizar investimentos e estabelecer um centro de conexões (hub) em um aeroporto da região Nordeste - Natal (RN), Recife (PE) ou Fortaleza (CE). Mas o projeto só será levado adiante se o plano de viabilidade apontar que o projeto será rentável, disse a presidente da TAM, Claudia Sender. "Nossa vontade e nossa crença são tremendas", afirmou a executiva. "Mas um hub demanda infraestrutura, potencial de crescimento e competitividade de custos."

Claudia Sender afirmou que a holding não vai alterar o programa de investimentos, que prevê R$ 13 bilhões para a TAM no biênio 2015/2016. "Vamos pegar plano de frota futura e alocar no hub", disse a executiva.

Segundo ela, a criação de um centro de conexão na região Nordeste vai alavancar receitas e acelerar a expansão da Latam na América Latina. Em Brasília, por exemplo, o movimento de passageiros atendidos pela TAM aumentou 20% desde que a companhia começou a utilizar o terminal como um hub, em 2013.

A TAM prevê que um hub no Nordeste vai catalisar a demanda de passageiros da própria região. "Uma viagem que deixa de ter onze horas para durar seis ou sete horas vai permitir que a gente viabilize um preço de passagem que atraia mais passageiros. Isso é importante porque o grande gerador de demanda na aviação internacional no Brasil é o de passageiro brasileiro", disse Claudia.

Quando concretizado, apontou a executiva, o hub vai ampliar a capilaridade das operações da TAM e da LAN no Brasil, na América do Sul e no mercado internacional, aumentando os destinos atendidos na Europa. "Vamos aproveitar as oportunidades criadas pela conexões de malhas de TAM e LAN após criação de Latam", disse.

Mas, ponderou Claudia, para viabilizar o plano de negócios e gerar lucro, o novo hub terá que garantir infraestrutura e custos adequados. "Uma conexão tem que ser muito fácil. O ambiente aeroportuário tem que ser agradável. Então, a infraestrutura tem que ser muito adequada", disse Claudia.

Segundo ela, nenhum dos três terminais, em Recife, Natal ou Fortaleza, está pronto hoje para atender o aumento de movimento que um hub pode gerar para a TAM no médio prazo. "Por isso, precisamos ter com o operador planos de expansão."

Além disso, a TAM diz que os custos não poderão ser ampliados em relação ao que a companhia tem hoje, por exemplo, com combustíveis e funcionários.

A TAM, que atende 42 destinos domésticos no Brasil e 20 internacionais, opera em dois hubs no país - o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e o de Brasília, no Distrito Federal.

A TAM faturou no ano passado 6,9% mais que em 2013, somando receita de R$ 16,1 bilhões, obteve lucro operacional pela primeira vez desde 2011, de R$ 33,6 milhões - ante perda de R$ 470,4 milhões antes -, mas teve prejuízo líquido de R$ 356,7 milhões, menos que o saldo negativo de 2013, de R$ 1,4 bilhão.

No ano passado, a empresa elevou em 2 pontos percentuais a taxa de ocupação nos voos, para 81,7%, transportando 33,5 milhões em 2014, ante 33,3 milhões em 2013.

"A gente acredita que Brasil volta a crescer", disse Claudia Sender.