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Investimentos da Klabin no primeiro trimestre atingem R$ 1 bilhão

27/04/2015 14h35


A Klabin informou nesta segunda-feira, junto com os resultados do primeiro trimestre, que seus investimentos no intervalo totalizaram R$ 1 bilhão, com destaque para os desembolsos referentes ao Projeto Puma.

O projeto, que envolve a construção de uma fábrica de celulose no município de Ortigueira (PR), com capacidade de 1,5 milhão toneladas por ano, recebeu R$ 880 milhões nos três primeiros meses do ano.

"As obras têm caminhado dentro de prazo e cronograma estabelecidos previamente, e até março de 2015 contavam com avanço físico de 58%", informou a Klabin. No primeiro trimestre do ano passado, o projeto havia consumido R$ 349 milhões em investimentos.

Do valor remanescente, R$ 59 milhões foram destinados à continuidade operacional das fábricas, R$ 21 milhões tiveram como destino as operações florestais e R$ 40 milhões foram aplicados em projetos especiais e expansões.

A companhia destacou que, em fevereiro, iniciou a produção na nova máquina de papel reciclado da fábrica de Goiana (PE), com capacidade de 110 mil toneladas anuais. Com o investimento, a companhia mais que triplicou a capacidade de produção de papel reciclado naquela unidade, de 50 mil toneladas/ano para 160 mil toneladas/ano.

"A máquina vem produzindo papéis de ótima qualidade que abastecerão as fábricas de papelão ondulado da região. A ampliação [...] reforça a presença da Klabin na região Nordeste, que tem apresentado crescimento no consumo em setores importantes para o mercado de embalagens como alimentos industrializados, fruticultura e construção civil", informou a companhia.

Para este mês, estava programada a reforma da máquina de Piracicaba (SP), que adicionará 15 mil toneladas anuais de papel reciclado. De acordo com a Klabin, esse será "o último aumento de capacidade antes do startup do Projeto Puma".

Volume

O volume total de vendas da Klabin no 1º trimestre, sem incluir madeira, ficou em 437 mil toneladas, com queda de 1% na comparação anual.

De acordo com a companhia, as vendas de papéis para embalagens foram prejudicadas, no intervalo, pela parada programada de manutenção na fábrica de Otacílio Costa (SC) e "pela menor produção da máquina de papéis de Angatuba, que voltou a produzir após a parada para reforma e ampliação da capacidade ao final de dezembro".

Esse efeito, porém, foi em parte compensado pelo maior volume de vendas de cartões revestidos. Segundo a Klabin, já nos mercados de conversão (caixas de papelão ondulado), o volume de vendas foi 3% menor diante da piora da atividade econômica no país.

Diante desse cenário e da forte desvalorização do real, a companhia voltou a ampliar as vendas o mercado externo, que absorveu 33% do volume comercializado pela Klabin no primeiro trimestre - frente a 28% nos três últimos meses de 2014 -, "comprovando a flexibilidade da companhia, que repetiu a estratégia adotada no primeiro trimestre do ano passado quando o mercado externo representou 35% do volume total de vendas", informou, em relatório.

Já a receita líquida, incluindo madeira, cresceu 9% no primeiro trimestre, frente ao verificado um ano antes, para R$ 1,31 bilhão, "influenciada especialmente pela desvalorização do real em relação ao dólar que gerou maiores receitas na parcela destinada ao mercado externo".

A receita líquida proveniente das exportações representou 30% do total - logo, o mercado interno representou 70%, frente a 75% no quarto trimestre. Segundo a companhia, "o melhor mix de vendas no mercado interno, aliado a desvalorização do real em relação ao dólar permitiu à Klabin obter maior receita de vendas em ambos os mercados".

Por segmento de negócio, a companhia informou que o volume de vendas de toras de madeira para terceiros cresceu 13% frente ao primeiro trimestre do ano passado, para 749 mil toneladas. A receita líquida com madeira subiu 9% na mesma base de comparação, para R$ 90 milhões.

As vendas de papel kraftliner, que foram impactadas pela parada em Otacílio Costa, caíram 8%, para 96 mil toneladas. Ao mesmo tempo, as receitas subiram 6%, para R$ 182 milhões, puxadas pelos preços superiores.

Já as vendas de cartões da companhia cresceram 1% na comparação anual, para 163 mil toneladas, impulsionadas pelas exportações e pela "melhora da operação da máquina 9 no Estado do Paraná após sua reforma para aumento de capacidade ocorrida no meio de 2014". A receita líquida com cartões, por sua vez, saltou 14%, para R$ 474 milhões, diante do maior volume de vendas sobretudo no mercado externo e pela exposição da companhia a segmentos mais resistentes à crise econômica, como o de alimentos.

Custos

O custo caixa unitário da Klabin, que inclui custos fixos e variáveis e despesas operacionais, subiu 10% no primeiro trimestre, na comparação anual, para R$ 1.957 por tonelada. Conforme a empresa, o aumento "já refletiu no período o incremento nos custos de aquisição de energia elétrica anunciado pelo governo no início do ano".

Além dos gastos mais altos com energia, o custo caixa da Klabin foi influenciado pela inflação, pela variação do câmbio e maiores gastos com pessoal. Adicionalmente, a empresa realizou uma parada para revisão do turbogerador 8 da fábrica de Monte Alegre (PR), que teve efeito no custo caixa em razão da necessidade de compra adicional de energia no mercado.

Em março, a Klabin também realizou a parada para manutenção na fábrica de Otacílio Costa. Para o segundo trimestre está programada a parada anual em Monte Alegre e a parada para manutenção na unidade de Correia Pinto (SC).

Sem considerar as paradas, o custo caixa da Klabin no primeiro trimestre ficou em R$ 1,9 mil, com alta de 7%.