Juros futuros recuam após queda do dólar e menor aversão a risco
As taxas dos contratos futuros de juros caíram na BM&F nesta segunda-feira, amparadas pela queda do dólar e pelo recuo do yield dos Treasuries lá fora.
O DI para janeiro de 2016 caía para 13,49% de 13,58% do ajuste do pregão anterior, enquanto o DI para janeiro de 2021 recuava para 12,57% de 12,66% do fechamento anterior.
O alívio no câmbio, que está abaixo de R$ 3, e o cenário de menor aversão a risco no exterior permitiram uma queda dos prêmios de risco embutidos nos contratos de DI, mas a curva de juros ainda reflete a maior probabilidade de um aumento de 0,5 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira.
O Rabobank prevê um aumento de 0,50 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Copom, além de uma alta adicional de 0,25 ponto percentual na reunião de junho.
A previsão foi reforçada após os recentes discursos do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e do diretor de Política Monetária, Luiz Awazu Pereira, que destacaram que a autoridade monetária continuará vigilante e vai monitorar os efeitos de segunda ordem de realinhamento de preços sobre a inflação nos próximos meses.
Segundo o banco, os dados de pressão de preços mais recentes apontam para alguma resistência da inflação, o que justifica a continuidade do ciclo de aperto monetário.
O Rabobank aponta que não é esperado um rápido declínio nas pressões inflacionárias, dado que o reajuste dos preços administrados parece ter sido concluído no fim do primeiro trimestre, depois de um substancial aumento dos preços de energia elétrica em março. "Esperamos que a inflação se mova para um patamar mais baixo e não é provável vermos um movimento marcado por uma elevação maior da inflação neste ano". O banco calcula que o reajuste dos preços administrados realizado recentemente aumentará a inflação em 0,4 ponto percentual nos próximos dez meses, de modo que isso não deve ter um efeito sobre os preços em 2016.
Apesar do risco de volatilidade do câmbio, o banco destaca que o repasse da depreciação cambial é reduzido em quase 50% (de 3,2% para 1,7%) %) quando a economia está funcionando abaixo do produto potencial.
O Rabobank lembra que dado o grande déficit em conta corrente do Brasil, que já não é totalmente financiado pelo Investimento Estrangeiro Direto, o rali do real não é desejável nem sustentável, e espera que o real retome a tendência de depreciação quando o dólar retomar o seu rali ou a volatilidade voltar a subir.
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