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PT acusa Marta de falta de ética e diz que senadora é oportunista

28/04/2015 18h35


O PT reagiu com ataques ao pedido de desfiliação da senadora e ex-ministra Marta Suplicy (SP), feito nesta terça-feira. Em nota assinada pelos presidentes dos diretórios nacional, estadual e municipal de São Paulo, o partido acusou Marta de falta de ética e de coerência, afirmou que a senadora desonra o mandato e criticou a ex-petista por se alinhar com a oposição.

Na avaliação dos dirigentes petistas, Marta pediu a desfiliação por "ambição eleitoral" e por um "personalismo desmedido".

A senadora deve filiar-se ao PSB para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016, contra o prefeito Fernando Haddad (PT). Ao pedir a desfiliação nesta terça-feira, Marta disse que o PT é protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção da história do país.

O PT rebateu as críticas e disse que as afirmações da senadora são infundadas.

Para o comando petista, a ex-ministra e ex-prefeita se alinhou "de forma oportunista" a quem sempre combateu. A senadora deve ter apoio informal do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa municipal do próximo ano contra o PT. O governador disse nesta terça que Marta será um reforço à oposição. O presidente do diretório paulista do PSB, Márcio França, é vice de Alckmin e a migração de Marta tem sido articulada por tucanos.

O PT analisa se pedirá na Justiça o mandato de Marta.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo PT.

"O PT recebe com indignação a carta da senadora Marta Suplicy oficializando sua desfiliação do PT.

Apesar dos motivos enunciados, entendemos que as razões reais da saída se devem à ambição eleitoral da senadora e a um personalismo desmedido que não pôde mais ser satisfeito dentro de nossas fileiras. Por isso, resolveu buscar espaços em outros partidos.

Ao contrário de suas alegações, nunca o PT cerceou suas atividades partidárias ou parlamentares. Sucessivamente prestigiada, com o apoio da militância e das direções, Marta Suplicy foi deputada federal, prefeita, senadora e duas vezes ministra.

Lamentavelmente, a senadora retribui, com falta de ética e acusações infundadas, a confiança que o PT lhe conferiu ao longo dos anos.

Ao renegar a própria história e desonrar o mandato, Marta Suplicy desrespeita a militância que sempre a apoiou e destila ódio por não ter sido indicada candidata à Prefeitura de São Paulo em 2012.

Finalmente, é triste ver que a senadora jogue fora a coerência cultivada como militante do PT e passe a se alinhar, de forma oportunista, com aqueles que sempre combateu e que sempre a atacaram.

Rui Falcão

Presidente Nacional do PT

Emidio de Souza

Presidente Estadual do PT/SP

Paulo Fiorilo

Presidente Diretório Municipal/SP"