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Temer diz que menor número de partidos facilitaria a governabilidade

28/04/2015 12h50


O vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu nesta terça-feira a redução no número de partidos políticos, pois isso facilitaria a governabilidade.

"Sou presidente de um partido. Nossos partidos, ao longo do tempo, perderam um pouco da sua identidade programática", disse, em audiência na Câmara dos Deputados sobre reforma política.

Temer recomendou ainda que sejam encontrados "meios e modos" para reduzir naturalmente a quantidade de partidos na reforma política que está em análise pelo Congresso Nacional.

Ele frisou também que, mesmo dentro dos partidos, há diferentes opiniões. "Meu partido (PMDB) é campeão nessas divergências internas", afirmou.

Na audiência, o vice-presidente também lembrou que, durante a Constituinte de 1988, se esperava que todos os problemas do Brasil seriam resolvidos. No entanto, a constituição já contradizia essa expectativa. Em relação à reforma política, Temer também afirmou que as mudanças não vão resolver tudo no país, mas que seria um avanço.

Para ele, a reforma política é fundamental e essa ideia "amadureceu substancialmente nesses últimos anos". É necessário, porém, escolher pontos específicos a serem alterados. Não adianta querer mudar 10 ou 12 temas, mas sim optar por três ou quatro assuntos, disse.

"Se mais para a frente der resultado, daqui dois, três, quatro, cinco anos, se poderá fazer um complementação da reforma política", disse Temer.

O vice-presidente afirmou também que, em caso do fim da possibilidade de reeleição, o mandato teria quer ser mais longo, passando para cinco ou seis anos. "Quatro anos é incompatível", afirmou.

Temer defendeu ainda que seja mantida a obrigatoriedade do voto por causa da descrença de parte da população. "Quem chegar ao poder Legislativo ou Executivo não vai ter uma representação efetiva da vontade popular" se a votação for facultativa.

O vice-presidente defendeu o financiamento privado das campanhas eleitorais, mas disse que o uso de recursos públicos não seria indesejável. Para Temer, as empresas têm direito de doar dinheiro para campanhas, mas o ideal seria que cada companhia escolhesse apenas um candidato para apoiar nos cargos como presidente da República e governador, cuja eleição é majoritária.

Para ele, o financiamento público de campanha eleitoral não seria indesejável, mas esse sistema somente é compatível com o modelo de lista partidária fechada, ou seja, escolhida pelo partido.