Dólar fecha em alta no dia, mas encerra abril em queda de 5,72%
O dólar encerra a semana em alta frente ao real, acompanhando o movimento no exterior. Dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos abrem espaço para o Federal Reserve seguir com o processo de normalização da política monetária e dão suporte à recuperação do dólar frente às divisas emergentes.
O dólar comercial subiu 1,77%, fechando a R$ 3,0097. Com isso, a moeda americana encerra a semana em alta de 1,89%, mas acumula queda de 5,72% no mês.
Já o euro avançava 2,84% cotado a R$ 3,3773.
No mercado futuro, o contrato para maio avançava 1% cotado a R$ 2,993. Já o contrato para junho subia 2,09% cotado a R$ 3,076.
Após acumular uma queda de 7,84% em abril até o dia 28, o dólar voltou a subir diante de dúvidas sobre quando o Fed começará a subir a taxa básica de juros após o comunicado da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) divulgado ontem.
Dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos ajudaram a reforçar a expectativa de que esse aumento pode vir na reunião do Fomc de setembro.
Os pedidos de auxílio-desemprego recuaram para 262 mil na semana passada, abaixo da expectativa do mercado que era de um declínio para 288 mil pedidos. Já o índice de gerente de compras (PMI) de Chicago avançou para 52,3 pontos em abril, de 46,3 pontos em março.
Lá fora, a moeda americana subia 0,98% em relação ao rand sul-africano, 0,41% diante da lira turca e 0,68% em relação ao peso mexicano.
No mercado local, a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para 13,25% e repetir o comunicado da reunião de março deixa em aberto a possibilidade da autoridade monetária seguir com o ciclo de alta da taxa Selic, o que seria favorável para a atração de investimentos estrangeiros em renda fixa. Contudo, incertezas no cenário doméstico em relação à capacidade do governo em entregar a meta de superávit primário de 1,2% do PIB prevista para este ano podem limitar a apreciação do real.
Em março, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 239 milhões, abaixo do superávit de R$ 3,500 bilhões verificado no mesmo período do ano passado. Com isso, em 12 meses, o governo registra uma piora do déficit primário , que subiu de 0,64% do PIB para 0,70% do PIB .
O resultado fiscal veio pior que o esperado pelo mercado, o que ajudou a sustentar hoje a alta do dólar frente ao real.
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