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Bovespa fecha no maior nível desde outubro puxada por Vale e Petrobras

04/05/2015 17h41


O otimismo dos investidores com a bolsa brasileira continuou a todo vapor neste primeiro pregão de maio, levando o Ibovespa ao maior nível desde outubro do ano passado. Mesmo após a alta de 10% registrada em abril, o índice subiu mais 2% hoje, com Vale, Petrobras e siderúrgicas e elétricas entre as maiores altas do dia. Analistas não viram notícias específicas que justifiquem altas tão expressivas, porém admitiram que há uma sensível melhora na percepção de risco dos investidores em relação aos mercados emergentes em geral, incluindo Brasil.

O Ibovespa fechou em alta de 2,00%, aos 57.354 pontos, no maior nível desde 14 de outrubro de 2014 (58.015 pontos) com bom volume de R$ 7,515 bilhões. Entre as principais ações do índice Petrobras PN (5,74%) e Vale PNA (6,33%) puxaram os ganhos, seguidas de longe por Ambev ON (2,16%), Itaú PN (1,14%) e Bradesco PN (0,46%).

O BTG Pactual destaca, em relatório, que a melhora do ambiente político no Brasil e a expectativa de continuidade do afrouxamento monetário nos Estados Unidos no curto prazo colaboraram para que o Ibovespa tivesse um rali de 10% em reais (17% em dólar) no mês de abril. Outro fato que impulsionou o mercado local, dizem os analistas do banco, foi o ajuste de posições de investidores globais, que estavam muito "underweight" (posições abaixo da média) em Brasil.

"Embora ainda confuso, o ambiente político no Brasil melhorou consideravelmente no mês passado. A coordenação política do governo com o Congresso parece ter evoluído e os riscos da proposta de ajuste fiscal não ser aprovada diminuíram bastante", afirmam os analistas Carlos Sequeira, Fabio Levy e Bernardo Teixeira.

O sócio-diretor da corretora Geração Futuro, Eduardo Moreira, avalia que os investidores iniciaram o ano extremamente pessimistas em relação ao Brasil e agora revisam as expectativas diante de um cenário "catastrófico" que não se confirmou. "As coisas ainda não estão boas. Você tem inflação alta, PIB baixo, margens de lucro menores de empresas. Mas o mercado começou o ano precificando um cenário de catástrofe. Você tinha preocupações com racionamento de energia, de água, crise política, o escândalo da Petrobras e ainda os impactos da Lava-Jato", lembra Moreira.

Para o executivo, os indicadores econômicos devem melhorar aos poucos e a bolsa brasileira pode dar sequência ao movimento de alta ao longo do ano. Mas ele não espera a repetição do rali de abril. "Alguns papéis que ainda não andaram devem começar a reagir. Mas teremos um avanço mais moderado, rumo aos 65 mil ou 70 mil pontos", prevê.

No topo do Ibovespa ficaram Braskem PNA (11,42%), Vale ON (9,40%) e CSN ON (7,31%). Ações ligadas a commodities avançaram sob a expectativa de que a China possa anunciar novos estímulos para evitar a desaceleração da segunda maior economia do mundo. O índice de atividade industrial (PMI) do país, medido pelo HSBC, ficou em 48,9 pontos m abril, abaixo da leitura preliminar, de 49,2 pontos, e abaixo das expectativas dos economistas, de 49,4 pontos.

Na ponta negativa ficaram Cetip ON (-2,51%), CCR ON (-1,62%) e Oi PN (-1,59%). O Credit Suisse projeta uma perda de R$ 1,50 a R$ 3,00 no preço da ação da Cetip depois de uma mudança na legislação do Estado de São Paulo para registro de veículos dados como garantia em operações de crédito. De acordo com relatório do banco, o Estado publicou no feriado uma nova estrutura normativa para o registro de garantias de financiamento de veículos, que devem reduzir a margem de ganho da Cetip no registro dos contratos.