Dólar cai 0,5% ante real com ajuste após disparada de ontem
O dólar devolve nesta terça-feira parte da alta de mais de 2% registrada ontem ante o real, com investidores aproveitando a queda da moeda no exterior para embolsar ganhos.
Às 10h13, o dólar comercial caía 0,79%, a R$ 3,0582, depois de bater hoje R$ 3,0908. Ontem, a cotação chegou a subir 2,87%, alta mais forte desde 19 de março (2,95%).
Na máxima de ontem, o dólar foi a R$ 3,0962, maior patamar intradia desde 14 de abril (R$ 3,1193). Desde a mínima de R$ 2,8824 atingida há uma semana até a máxima de hoje, o dólar subiu 7,23%.
Nesta terça-feira, o dólar para junho recuava 0,91%, para R$ 3,091.
A cotação segue firme acima de R$ 3, diante da leitura de que o Banco Central deve limitar uma desvalorização excessiva da divisa.
Isso ficou claro na reação dos mercados ontem à sinalização dada pelo BC na quinta-feira de que poderá fazer uma rolagem parcial dos contratos de swap cambial que vencem em junho. Caso continue ofertando 8.100 contratos em leilões de rolagem até o fim do mês, o BC terminará maio enxugando do mercado um montante de US$ 1,961 bilhão. O lote total de swaps a vencer em junho é de US$ 9,656 bilhões.
Além da estratégia envolvendo os swaps, o dólar pode ganhar ainda com renovadas preocupações do lado político em relação ao ajuste fiscal proposto pela equipe econômica. Ontem, o vice-presidente da República e responsável pela articulação política do governo, Michel Temer, cobrou da base aliada a aprovação das medidas fiscais.
Mas segundo coluna de Raymundo Costa, no Valor, Temer ressalvou que não se compromete a entregar a aprovação das medidas fiscais se o PT não tomar a frente e dedicar empenho à defesa do ajuste.
No plano externo, o que mais influencia o dólar são as expectativas em torno da política monetária americana. Depois de semanas de queda, o dólar passou nos últimos dias por uma correção de baixa frente às principais moedas, impulsionado por indicadores econômicos melhores nos Estados Unidos. As atenções hoje se voltam para dados sobre o setor de serviços do país, antes nesta semana da divulgação do "payroll" de abril.
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