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Em razão do programa do PT, PMDB decide não votar MPs do ajuste fiscal

06/05/2015 00h26


Após o programa do PT transmitido na rede nacional de televisão, o PMDB decidiu não votar as Medidas Provisórias (MPs) que compõem o ajuste fiscal pretendido pelo governo até que haja uma manifestação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e que o PT feche questão sobre os textos, sinalizando a real necessidade do corte de despesas que reduz benefícios trabalhistas e previdenciários.

Antes, o partido iria acompanhar a posição do PT, que - após horas de negociação com a bancada - anunciou apoio à MP 665, que endurece os critérios para pagamento de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego e abono salarial. Também já pode ser analisada pelo plenário da Câmara a MP 664, que altera normas da área previdenciária, como pensão por morte.

No entanto, durante a votação no plenário da Câmara de um destaque da PEC da Bengala, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), informou a mudança de posição do partido.

"Nós até consideraríamos o apoio pela necessidade [do ajuste fiscal]. Se o país não pode pagar essa conta, se está em situação econômica difícil, nós devemos fazer o sacrifício [...] Nós precisamos entender o que quer o governo e o que quer o partido da presidente da República. Se quer, na tela da televisão aparecer de uma forma, e aqui, nas palavras do ministro [da Fazenda, Joaquim] Levy, aparecer de outra. Precisamos saber se de fato o país atravessa um momento difícil e para superar isso é preciso um remédio amargo", disse o peemedebista.

Ele afirmou ainda que o partido não votará a MP 665, cuja análise está prevista para quarta-feira ao meio-dia.

"Se não for assim, não conte conosco. Se há duvidas e se o país não precisa desse remédio amargo, nós não vamos empurrar essa conta para o trabalhador", reforçou Picciani.

As declarações do líder do PMDB geraram reação do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). "O ajuste é necessário e nós vamos trabalhar para aprová-lo amanhã", frisou.

Guimarães ainda citou o PT e o PMDB como os principais partidos que precisam compreender a necessidade desse ajuste, não para o governo, mas para o país. "É obrigação deles aprovar essas medidas", disse.

Os deputados aprovaram mais cedo a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aumenta de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória dos ministros de tribunais superiores.

Depois, foi analisado um destaque, mas o texto continuou igual. Assim, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que "fica dispensada a redação final da matéria, que vai a promulgação". Como se trata de uma PEC, não há possibilidade de veto da presidente Dilma Rousseff.

Guimarães liberou a base aliada na votação da PEC. "É um assunto que não é de governo. É do Legislativo. Governo não se meteu. Não orientou nem que sim nem que não."