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Bovespa encerra estável em semana de balanço da Petrobras

15/05/2015 17h46


A Bovespa encerrou a sexta-feira em alta, embalada por dados mais fracos da economia americana, que ajudaram a reforçar o fluxo de capitais em direção às bolsas de valores de mercados emergentes. Por aqui, papéis de bancos concentraram os ganhos do dia. As ações da Petrobras iniciaram o dia no vermelho, mas passaram a subir à tarde, com investidores sob a expectativa do balanço do primeiro trimestre, que será conhecido daqui a pouco.

O Ibovespa fechou em alta de 1,04%, aos 57.248 pontos, com volume de R$ 6,322 bilhões. Desta forma, a bolsa encerrou a semana praticamente estável (0,17%), acumulando alta no mês de 1,81%. No ano, o índice avança 14,48%.

Entre as principais ações do índice, Bradesco PN subiu 2,08%, seguida de Itaú PN (1,86%), Petrobras ON (1,62%) e PN (1,22%), enquanto Vale ON (-0,23%) e PNA (-0,50%) terminaram em leve baixa.

"Hoje prevaleceu a lógica de que dado ruim nos Estados Unidos é bom para a bolsa aqui porque adia a possibilidade de alta de juros pelo Fed [Federal Reserve, o banco central americano]", explica o estrategista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira. "O fluxo de capital estrangeiro continua forte. Somente em maio já entraram mais de R$ 1,8 bilhão."

Entre os indicadores divulgados hoje nos EUA, o índice Empire State mostrou que a atividade industrial na região de Nova York subiu para 3,09 pontos em maio, de -1,19 ponto em abril. No entanto, o número ficou abaixo do esperado, que era de 5 pontos. A produção industrial americana caiu 0,3% em abril, ante a expectativa de queda de 0,1%. O índice de Confiança de Michigan recuou para 88,6 pontos em maio, bem abaixo da expectativa de 95,5 pontos.

As atenções se voltam agora ao balanço da Petrobras, que deve ser divulgado nos próximos minutos. Analistas consultados pelo Valor estimam queda de 50% no lucro do primeiro trimestre, para R$ 2,7 bilhões. "Poderemos ver o índice de alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA) superando o patamar de 5 vezes. Dessa forma, ainda mantemos uma cautela com o nível de alavancagem da empresa, que ainda preocupa e deve continuar a manter as agências de classificação de rating em alerta. A meta de produção e o andamento para alcançá-la esse ano pode frustrar parte do mercado, mas vale destacar que grande parte dos investidores está mais atenta às perspectivas de médio e longo prazo, que parecem ser mais construtivas" comenta a equipe de analistas da Guide em nota.

No topo do Ibovespa ficaram Marcopolo PN (7,40%), Gol PN (5,16%) e MRV ON (5,16%). As ações da BM&FBovespa também foram destaque, com alta de 2,15%, após a empresa que administra a bolsa brasileira apresentar lucro de R$ 279,5 milhões, alta de 9,1%. O diretor-presidente da companhia, Edemir Pinto, reiterou o interesse da bolsa de internacionalizar, com foco nos mercados da América Latina. Depois de ampliar sua participação na Bolsa de Santiago, a BM&FBovespa deve olhar para Colômbia e Peru.

Edemir afirmou ainda que há um pessimismo exagerado dos investidores brasileiros. O executivo avaliou que, apesar da inflação ainda alta e da atividade fraca, o país vive um "importante momento de correção de rumo". Ele citou como exemplos a proposta de ajuste fiscal, o câmbio mais livre, a correção de preços administrados e os esforços para avançar com as concessões de infraestrutura. Esse quadro, segundo ele, já foi percebido pelo investidor estrangeiro. "Não temos tempo para o pessimismo; vemos a capacidade do país", acrescentou.

Na ponta negativa do Ibovespa terminaram Localiza ON (-2,73%), Qualicorp ON (-2,07%), Braskem PNA (-1,88%) CCR ON (-1,83%). A Qualicorp apresentou alta de 69% no lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 44,7 milhões. CCR também apresentou seu balanço, com lucro 42% menor, de R$ 198,9 milhões.

Fibria ON terminou em baixa de 1,49% após anunciar a aprovação do projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas (MS), no montante de R$ 7,7 bilhões. A nova linha de produção terá capacidade de 1,75 milhão de toneladas por ano, elevando a produção da fábrica para 3,05 milhões de toneladas anuais.