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"Brasil está claramente no caminho certo", diz Lagarde

 Lagarde brinca com um berimbau, durante visita ao Complexo do Alemão, no Rio  - Ricardo Moraes/Reuters
Lagarde brinca com um berimbau, durante visita ao Complexo do Alemão, no Rio Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

22/05/2015 15h06

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, demonstrou nesta sexta-feira (22), mais uma vez, o apoio à política macroeconômica de austeridade implementada pelo governo neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

"O Brasil está claramente na direção correta", disse Lagarde, em pronunciamento previamente preparado e distribuído pouco antes de seu discurso de hoje no seminário de metas de inflação promovido pelo Banco Central (BC), no Rio.

Segundo Lagarde, de forma geral, "o recente fortalecimento das políticas monetária e fiscal - junto com forte posição de reservas internacionais - é crítico para ampliar a credibilidade e solidez da política econômica brasileira".

Lagarde disse ser natural que, "num contexto de queda do crescimento, essa postura tem críticos". Mas, segundo análise do Fundo, estímulos adicionais poderiam colocar em risco a credibilidade duramente ganha com o esforço de políticas econômicas passadas."

"Essa credibilidade é especialmente importante para restabelecer e sustentar as perspectivas de crescimento econômico forte, equilibrado e que cria inclusão", disse a diretora do FMI.

Crescimento

Em discurso no BC, Christine Lagarde associou o baixo crescimento brasileiro nos últimos anos ao lado da oferta da economia, e não da demanda. Além de defender o atual programa de austeridade macroeconômica, a diretora do FMI indicou a implementação de reformas estruturais para retomar a capacidade de expansão da economia.

"Claramente, no ambiente atual, restabelecer sólido crescimento e manter a estabilidade macroeconômica e financeira penosamente conquistada se mostrará desafiador", disse Lagarde. "No entanto, as dificuldades atuais possivelmente vão abrir oportunidades para enfrentar fragilidades antigas e para implementar reformas para lançar a nova fase de prosperidade".

Lagarde defendeu, em particular, o programa de concessões de infraestrutura com "um papel central do setor privado"; a redução dos custos de fazer negócios no Brasil, simplificando, por exemplo, o sistema de tributação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e o "rejuvenescimento da integração comercial" para aprofundar a integração das empresas às economias regional e global.

Lagarde também fez elogios ao trabalho do Banco Central, a quem chamou de "importante parceiro".

Tombini

No seminário, o presidente do BC, Alexandre Tombini, destacou a importância do papel de Lagarde e do Fundo no trabalho de conter a instabilidade financeira global. Disse que o FMI teve uma atuação decisiva no fomento da cooperação entre membros do G-20 e contribuiu para a busca de caminhos para a realização das reformas dos sistemas bancários internacionais.

Segundo Tombini, é fundamental que os países continuem a discutir os melhores instrumentos que se colocam à mesa para perseguir o objetivo da estabilidade e da redução dos riscos financeiros - e que o FMI tem sido importante participante desse esforço.