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Dilma diz que ajuste tem padrão diferente dos de governos não petistas

29/05/2015 22h31


A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que o ajuste fiscal de sua equipe econômica não terá o "mesmo padrão" dos ajustes promovidos antes dos governos petistas. A declaração foi dada ao Dilma reforçar que o reequilíbrio fiscal não afetará os programas sociais, bem como os projetos de infraestrutura do país.

"Um país não faz ajustes gastando mais, mas também não os faz sucateando programas sociais e de infraestrutura. Os ajustes que queremos fazer não têm o mesmo padrão dos ajustes feitos antes do governo Lula", disse Dilma durante discurso na noite de hoje na abertura da 10ª Conferência Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Ao falar por mais de uma hora, Dilma defendeu a necessidade de compartilhar com a sociedade a conta entregue pela crise internacional, mas garantiu que o Planalto vai buscar "encurtar ao máximo" as restrições mais pesadas, de forma a dividir o sacrifício da forma mais justa possível. "É o que o meu governo procura fazer de forma obstinada", ressaltou Dilma.

Quando abordou a preservação de programas sociais ou de infraestrutura, Dilma citou entre os exemplos o Bolsa-Família, o Minha Casa, Minha Vida e a transposição do rio São Francisco.

Após lembrar as medidas lançadas para proteger a economia brasileira da crise internacional, como a ampliação de financiamentos subsidiados, Dilma afirmou que o governo chegou ao limite da capacidade de manter políticas anticíclicas. A justificativa dada por ela é que a recuperação da economia mundial não aconteceu como se esperava, com crescimento tímido dos Estados Unidos e a persistência da crise na Europa, somados a um crescimento mais lento da China.

"Não temos como adiar a mudança de padrão [de crescimento]. Chegamos ao limite da capacidade de utilizar os recursos do governo federal para preservar nossa economia dos efeitos da crise. Vamos ter que dar reequilibrada no fiscal", disse a presidente.

Durante o evento do PCdoB, realizado no auditório de uma faculdade na zona sul da capital paulista, Dilma comemorou a aprovação pelo Congresso das medidas provisórias relativas ao programa de ajuste.

Aproveitou para também defender o projeto de lei que reduz o benefício da desoneração da folha de pagamento, medida que ainda será votada. Dilma lembrou que a mudança nas regras reduz de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões a perda da União com a desoneração da folha. "É ele [o projeto de lei] que dá a maior parcela do ajuste fiscal", disse Dilma, após lembrar que, ao reduzir o benefício, o governo não está aumentando imposto.