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Zelada manteve 11 milhões de euros ocultos em Mônaco

02/07/2015 15h31


A Polícia Federal (PF) já cumpriu parte dos quatro mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal do Paraná em endereços no Rio. O juiz Sergio Moro também decretou a prisão preventiva do ex-diretor de Internacional da Petrobras de 2008 a 2012, Jorge Luiz Zelada.

A PF apreendeu documentos e computadores na sede da TVP Solar do Brasil, de propriedade de Zelada. Segundo a investigação em colaboração com autoridades de Mônaco, Zelada manteve 11 milhões de euros ocultos no país europeu.

Esse valor está bloqueado a pedido dos procuradores da força-tarefa da Lava-Jato. O Ministério Público Federal (MPF) relata que, depois da deflagração da Operação Lava-Jato, Zelada - a exemplo do que fez outro ex-diretor, Renato de Souza Duque, de Serviços - transferiu recursos que estavam escondidos na Suíça para Mônaco, com a finalidade de evitar o bloqueio desses valores.

Entre julho e agosto de 2014, as contas de que Zelada era beneficiário receberam mais de 7 milhões de euros provenientes de contas suíças. "Isso demonstraria inequívoco propósito atual do investigado de continuar a ocultar o produto de seus crimes e dificultar a investigação", afirma o MPF.

De acordo com o pedido de prisão, o recebimento de propinas por Jorge Luiz Zelada foi mencionado por diversos colaboradores, entre os quais Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras. Há indicação também de um relatório de auditoria da petrolífera que menciona a responsabilidade de Zelada pelas irregularidades verificadas na contratação do navio sonda da empresa Vantage. Há suspeitas de que o ex-diretor tenha recebido propinas também nesse contrato.

Zelada é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes que preveem penas de dois a 12 anos e de três a 10 anos de prisão, respectivamente.