IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Dilma tem obsessão para trazer inflação ao centro da meta, diz Lula

03/07/2015 15h26


Atualizada às 14h56

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira as conquistas econômicas e sociais dos governos do PT e manifestou confiança na capacidade da presidente Dilma Rousseff superar o cenário de crise e retomar os índices de crescimento.

"Tenho certeza de que a presidente Dilma Rousseff tem obsessão para trazer a inflação ao centro da meta", disse o ex-presidente ao ressaltar que a realidade brasileira já foi pior nos tempos da hiperinflação, na década de 1980. Além disso, observou que assumiu o país, em 2003, depois de oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso, com uma inflação de 12%.

O petista, que eximiu Dilma de responsabilidade pela crise no país, disse que o quadro atual ainda é um reflexo da bolha financeira de 2008, quando a quebra do banco Lehman Brothers afetou o mercado e as principais economias do mundo. Segundo ele, desde então já foram gastos US$ 10 trilhões. "Uma crise dessa magnitude impacta quase todo mundo. Nós não temos o direito de chorar ou ficar reclamando. Tem que fazer a discussão sobre como sair (da crise)", afirmou Lula ao discursar em plenária da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em Guararema (SP).

O petista declarou que o ajuste fiscal promovido pelo governo federal tem justamente como objetivo fazer a economia nacional voltar a crescer. "Estamos vivendo tempos difíceis, mas vamos consertar. É isso que Dilma está fazendo", disse o ex-presidente ao citar o plano safra e o programa de concessões à iniciativa privada para obras de infraestrutura, lançado pelo governo no início de junho. "Estou convencido de que a presidente vai ser motivo de orgulho até o fim do mandato dela", complementou Lula, defendendo que Dilma recorra ao povo para superar o momento difícil.

As declarações contrastam com a postura do ex-presidente, que nas últimas semanas fez críticas à sucessora e o PT. Em encontro com religiosos, por exemplo, chegou a dizer que ele e Dilma estavam no "volume morto" e o partido abaixo do volume morto, numa referência à crise hídrica no Estado de São Paulo.

Hoje, Lula voltou as críticas para oposição e o mercado financeiro ao afirmar que o mau humor e o pessimismo no Brasil não "são gratuitos" e visam desestabilizar o governo e criminalizar o PT e as esquerdas". "Tem gente que ganha quando cai as ações da Petrobras". Já os adversários, disse o ex-presidente, não aceitam o resultado da eleição de 2014, quando Dilma foi reeleita. "Ganhamos a eleição numa disputa aguerrida e agressiva. Nossos adversários parecem que não querem aceitar o resultado até hoje. Ninguém perdeu mais eleições do que eu. E em todas eu acatei o resultado".

Lula também defendeu Dilma ao declarar que ela sofre ataques dirigidos. "Achei que o problema era comigo, por eu ser nordestino e sem diploma universitário. Nunca vi tanta agressão quanto a companheira Dilma tem sofrido. Peço a Deus para Dilma não perder a tranquilidade". Para o petista, é preciso defender a democracia e o estado de direito. "Não temos que ficar preocupados porque o povo está mais exigente. Ser exigente é ir pra rua cobrar. Ser exigente não é ficar falando palavrão contra a presidente", acrescentou.



O ex-presidente ainda aproveitou para defender as conquistas do governo petista. Como exemplo, destacou a geração recorde de empregos, com 22 milhões de carteiras assinadas e o índice de 4,8% na taxa de desemprego, a mais baixa durante a gestão do PT à frente do país. "Nunca os brasileiros tiveram tanto orgulho de serem brasileiros quanto nesses 12 anos".