IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Petrobras tem forte queda e afeta Bovespa em dia de volume fraco

03/07/2015 17h51


O feriado antecipado do dia da Independência nos Estados Unidos esvaziou a bolsa brasileira nesta sexta-feira. Sem os estrangeiros para sustentar a ponta compradora do mercado, o Ibovespa encerrou o dia em baixa, pressionado principalmente pelas ações da Petrobras.



A expectativa em torno do referendo na Grécia também deixou os investidores na retranca aqui e nas praças europeia e asiática, onde as bolsas também caíram. Pesquisas de opinião apontam ligeira vantagem do "sim", ou seja, a população poderá aprovar as medidas de austeridade que os credores do país exigem para liberar novo auxílio financeiro a Atenas. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, segue tentando convencer a população a votar "não".

"Um ?sim' não implica fim da crise; um ?não' não implica saída do Euro. Em qualquer caso haverá novos passos. Desde mudança de governo até endurecimento da negociação. A data crítica é dia 20 de julho, com vencimento de parcela devida ao Banco Central Europeu, de 3,5 bilhões de euros. O BCE já cortou o programa de assistência, embora possa retomá-lo, mas terá que cortar tal crédito novamente se não receber. Diferente do FMI, cujo board está examinando o calote de terça-feira e pode adiar um pouco qualquer decisão", comenta o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

"Algum contágio vai haver, embora sua extensão deva ser modesta. Algum stress é esperado, mas não esperamos grande efeito generalizado sobre emergentes. O contágio mais duradouro pode ser o político e não o econômico e financeiro", avalia Gonçalves.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,10%, aos 52.519 pontos, com volume de apenas R$ 2,897 bilhões, menos da metade do esperado para um pregão normal. Desta forma, a bolsa acumulou perda de 2,77% na semana e já cai 1,06% em julho. No ano, ainda sobe 5,02%.

"O mercado está cauteloso por causa da Grécia no domingo. E o giro foi muito baixo devido ao feriado", observou o analista Pedro Galdi, do blog Whatscall. "Semana que vem a Grécia continuará dando o tom do mercado, a depender do que sair do referendo."

Entre as ações mais líquidas, apenas Ambev ON (0,52%) esboçou alta, enquanto os bancos Itaú PN (-1,00%) e Bradesco PN (-1,21%) registraram baixas moderadas. Vale PNA (-1,48%) e ON (-2,15%) também caíram, diante de um novo recuo no preço do minério de ferro na China.

Petrobras PN (-4,63%) e ON (-5,05%) lideraram as perdas do índice. Os papéis da estatal foram afetados pela queda do preço do petróleo no mercado internacional e pela notícia de que o rombo no seu caixa já chega a R$ 19 bilhões por causa da corrupção investigada pela Operação Lava-Jato, segundo cálculo da Polícia Federal.

Além da estatal, a lista de maiores baixas trouxe Marcopolo PN (-4,62%), Gerdau Metalúrgica PN (-4,30%), CSN ON (-3,63%) e Oi PN (-2,65%).

Na segunda-feira, o conselho deliberativo da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, se reúne para analisar uma lista de 12 empresas nas quais poderá, nos próximos meses, reduzir ou até mesmo zerar suas posições. A participação na Oi, de menos de 5%, é uma forte candidata a ser vendida, apurou o Valor. Fontes informam, porém, que a lista que será analisada no encontro inclui companhias em que a Petros tem fatia relevante, ao redor de 10%: BRF (12,5%), Itaúsa (15,05%), Totvs (9,81%), Iguatemi (10,20%), BR Properties (10,48%), Dasa (10%), Marcopolo (9,29%), Paranapanema (11,81%), Log-In (12,80%), Fras-le (8,48%), BR Pharma (10%) e Indústrias Romi (10,20%).

Na ponta positiva do mercado terminaram as elétricas CPFL ON (1,54%), Copel PNB (1,46%) e Energias do Brasil ON (1,04%) e as fabricantes de papel e celulose Klabin Unit (1,27%), Suzano PNA (0,96%) e Fibria ON (0,70%).