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BCE decide manter teto da linha de liquidez a bancos gregos

06/07/2015 16h16

(Atualizada às 16h14) O Banco Central Europeu tornou mais difícil para os bancos da Grécia tomar empréstimos de emergência, aumentando a pressão sobre o país, cujo sistema financeiro permanece parado enquanto se desenrolam as negociações políticas em Bruxelas.

"A situação financeira da República Helênica tem impacto sobre os bancos gregos, uma vez que a garantia (o chamado colateral) que eles usam na Assistência de Empréstimos Emergenciais (ELA, na sigla em inglês) se apoia de maneira significativa em ativos atrelados ao governo", diz comunicado publicado pelo BCE em seu site. "Os créditos da linha ELA só podem ser fornecidos contra garantias suficientes."

Enquanto o Conselho do BCE concordou em deixar o teto da linha de crédito emergencial inalterado em 88,6 bilhões de euros, a mudança nos termos das garantias representa uma política mais rigorosa em geral. Isso sinaliza que o BCE vê os bancos do país, que estão fechados e sob controle de capitais há mais de uma semana, como um risco maior de inadimplência desde que os eleitores gregos, no referendo do domingo, mandaram um decisivo 'não' para os termos de resgate dos credores.

Os bancos gregos podem lidar com os novos termos e o BCE não impôs um prazo rígido ao país, disse uma autoridade grega sob condição de anonimato. O BCE vai rever a sua decisão na quarta-feira, disse essa fonte.

A chanceler alemã, Angela Merkel, se reuniu hoje com o presidente francês, François Hollande, em Paris e os dois disseram que a "porta continua aberta" para as negociações com a Grécia. Ministros das Finanças da zona do euro se reunirão na terça-feira para preparar um encontro de cúpula dos líderes dos países que usam a moeda única, no mesmo dia.

"Todos os instrumentos"

O BCE tem sido relutante em antecipar o processo político, uma vez que isso cruza a linha entre o financiamento de um sistema à beira da falência, e as consequências dramáticas de não financiá-lo.

Os fundos da linha emergencial ELA são nominalmente fornecidos pelo banco central da Grécia, e o BCE pode exercer veto. A interrupção total dessa linha provavelmente causaria um colapso no sistema bancário do país. Os bancos gregos estão dependentes do sistema desde fevereiro, pouco depois de o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras chegar ao poder.

O BCE também sinalizou que está pronto para agir se a situação grega provocar instabilidade mais ampla.

"O Conselho do BCE está acompanhando de perto a situação nos mercados financeiros e as potenciais implicações para a postura da política monetária e para o balanço de riscos para a estabilidade de preços na zona do euro", diz o comunicado da autoridade monetária. "O Conselho do BCE está determinada a utilizar todos os instrumentos disponíveis no âmbito do seu mandato."

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