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Bovespa fecha em queda com cautela do investidor com Grécia e China

06/07/2015 17h56



A Bovespa acompanhou a tendência internacional e passou a maior parte do pregão desta segunda-feira no vermelho, embora tenha fechado longe das mínimas. Investidores ficaram avessos ao risco diante do resultado do referendo na Grécia, que rejeitou as medidas de austeridade propostas pelos credores internacionais ao país. O mercado monitorou as declarações dos políticos da zona do euro e agora espera a cúpula de emergência para discutir a crise grega, marcada para amanhã, em Bruxelas.

Porém, a China foi quem mais influenciou o mercado brasileiro, provocando pressão sobre a produtoras de commodities. O governo chinês suspendeu todas as ofertas iniciais de ações para conter o movimento de queda das ações no mercado local. Além disso, o banco central deve ajudar os investidores a comprar ações, mediante a criação de um fundo de estabilização do mercado, que receberá recursos das corretoras locais. Para os investidores, a preocupação com a turbulência nas ações é que o governo chinês tenha dificuldades de conter os problemas, causando desaceleração do crescimento e enfraquecimento da demanda por petróleo e minério de ferro.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,70%, aos 52.149 pontos, com volume de R$ 5,373 bilhões. Entre as principais ações do índice, Petrobras PN (-2,13%) puxou as perdas, seguida por Bradesco PN (-1,82%), Itaú PN (-1,70%) e Vale PNA (-1,70%).

"Na ausência de melhores motivos, o mercado continua cauteloso", resumiu o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira. Ele destaca que o Ibovespa perdeu suporte na linha dos 52.500 pontos, que vinha sendo respeitado há mais de um mês, o que reforça a tendência de queda do índice.

Vale e Petrobras sentiram a forte queda nos preços das commodities. O minério de ferro caiu 4% na China, renovando sua menor cotação em mais de dois meses. No mercado de petróleo, o contrato do WTI para entrega em agosto fechou em baixa de 7,7%, para US$ 52,53 por barril, a maior queda em termos percentuais desde fevereiro e o menor preço desde 6 de abril. O contrato do Brent para agosto caiu 6,3%, para US$ 56,54 por barril, o menor patamar desde 8 de abril.

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, reforçou hoje, durante evento em São Paulo, que a estatal deve ter uma política de preços de combustíveis mais próxima das oscilações do mercado internacional. "Quero reafirmar meu compromisso de manter a política de preços conforme os ditames do mercado." Segundo ele, todos os esforços da companhia estão focados no aumento da geração de caixa e na rentabilidade das operações. "A empresa vai ser mais enxuta, de forma a ser mais eficiente e rentável e dar o retorno esperado para os acionistas", ressaltou.

A lista de maiores altas do Ibovespa trouxe Usiminas PNA (3,72%), Qualicorp ON (3,48%) e Braskem PNA (3,21%). Na ponta negativa ficaram Copel PNB (-3,61%), Cosan ON (-3,32%) e Suzano PNA (-2,79%).