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Bovespa recua antes do feriado, com investidor de olho na China

08/07/2015 18h01


O investidor preferiu reduzir suas posições na bolsa brasileira hoje, antes do feriado em São Paulo, que deixará a BM&FBovespa fechada, enquanto os mercados no resto do mundo funcionarão normalmente. Vale, siderúrgicas e Petrobras concentraram as vendas, refletindo a preocupação do mercado com a forte queda no preço das commodities e com os seguidos tombos das bolsas chinesas, mesmo após o governo local anunciar mais uma rodada de medidas para evitar a derrocada do mercado de ações. Metade das ações listadas tiveram sua negociação suspensa na China hoje.

A Grécia ficou em segundo plano hoje, mesmo após o governo apresentar um novo pedido de socorro financeiro. A solução para a crise grega deve ser debatida pelos líderes europeus apenas no domingo. O governo grego precisa apresentar amanhã uma nova proposta de reformas para que o pedido de ajuda seja avaliado.

Um evento inesperado despertou preocupação pouco depois da hora do almoço. A Bolsa de Nova York (Nyse) sofreu uma pane nos sistemas de negociação locais que durou quase quatro horas. Nesse período, a bolsa americana funcionou parcialmente, por meio de sistemas eletrônicos fora da bolsa.

A pane aconteceu horas depois de uma falha atingir os computadores da United Airlines e do site do "Wall Street Journal" ficar fora do ar durante boa parte da manhã. Apesar das coincidências, o Departamento de Segurança Doméstica (DHS) dos EUA afirmou que, aparentemente, os problemas não tiveram relação entre si e, portanto, não se tratou de um ataque cibernético contra os EUA.

A ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgada no meio da tarde, praticamente não interferiu no rumo da Bovespa. Analistas avaliaram que o documento não trouxe maiores novidades, deixando em aberto o início do aperto monetário. "A probabilidade de uma alta dos juros ainda neste ano ainda é elevada", avalia o estrategista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira.

Enquanto o consenso de mercado aponta para dezembro, Pereira prefere acreditar que alta acontecerá em setembro. "Depois do primeiro trimestre fraco, devido ao efeito sazonal do inverno, os últimos indicadores da economia americana têm vindo bons, o que justificaria o aperto em setembro", diz.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,07%, aos 51.781 pontos, depois de fazer mínima nos 51.574 pontos (-1,47%). O volume alcançou R$ 5,708 bilhões. Operadores comentaram que o problema nos sistemas da Nyseatrapalhou a arbitragem com ADRs (recibos de ações) brasileiros negociados na bolsa americana, o que acabou reduzindo a liquidez na Bovespa.

Entre as principais ações do índice, Vale PNA (-4,02%) puxou as perdas, seguida por Petrobras PN (-1,95%), Bradesco PN (-1,79%) e Itaú PN (-1,14%). As ações da Vale sentiram o novo tombo da cotação do minério de ferro na China, que hoje recuou 10% para US$ 44,59 por tonelada. O minério também faz estragos nas siderúrgicas, que ficaram entre as maiores baixas do dia: CSN ON (-5,10%), Usiminas PNA (-3,35%) e Gerdau PN (-2,27%).

A lista de maiores altas trouxe Gafisa ON (7,48%), Ecorodovias ON (2,74%) e Embraer ON (2,47%). A alta de 1,6% do dólar hoje, para R$ 3,23, ajudou a Embraer, que tem boa parte de suas receitas atrelada às exportações de aeronaves.