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Emprego formal continua a cair, mostra IBGE

13/07/2015 09h20


(Atualizada às 12h50) Além do aumento da taxa de desemprego medida em pesquisa do IBGE, outro dado reforça a deterioração do mercado de trabalho: a diminuição de 1,9% dos empregados no setor privado com carteira assinada no trimestre até maio de 2015. Esse segmento somava, segundo a pesquisa PNAD Contínua, 36,6 milhões de pessoas entre março e maio do ano passado e agora são 35,9 milhões. Assim, em um ano, mais de 700 mil trabalhadores perderam emprego no setor privado com carteira assinada.

Para o coordenador das pesquisas de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, as pessoas perdem estabilidade, direitos sociais e, também por isso, forçam outros membros da família a procurar trabalho.

Há ainda outra consequência. "A queda do emprego faz com que as pessoas montem seu próprio empreendimento e isso se reflete no aumento dos trabalhadores por conta própria e nos empregadores", disse Azeredo.

Os dados da Pnad Contínua também revelam queda de 3% nos empregados sem carteira assinada, no confronto com o mesmo período de 2014. Em contrapartida, os trabalhadores por conta própria aumentaram 4,4% entre o trimestre até maio do ano passado e o mesmo em 2015, uma diferença de 934 mil pessoas.

Ainda em relação aos ocupados, houve crescimento do trabalhadores domésticos. Os dados da Pnad Contínua indicam crescimento de 0,5% em relação ao trimestre encerrado em 2014 - um incremento de 27 mil pessoas.

Também houve aumento no número de empregadores, ainda que para entrar nesse grupo é preciso ter apenas um empregado, segundo o IBGE. Na comparação anual, a alta é de 8,1%.

Entre os setores, a construção, que responde por cerca de 7% de todo o mercado de trabalho, foi o destaque negativo, perdendo mais de 630 mil vagas - o que significa uma queda de 8% em um ano.

Renda por segmento

De acordo com o IBGE, os empregados no setor privado com carteira tiveram aumento do rendimento médio real habitual de 0,6%, na comparação com o ano passado. Nesse período, o rendimento subiu de R$ 1.777 para R$ 1.788.

Já os empregados no setor privado sem carteira registraram a maior queda proporcional do rendimento médio real habitual: 3,7%, saindo de R$ 1.095, no trimestre encerrado em maio de 2014, para R$ 1.054, no mesmo período do ano.

A pesquisa mostra ainda que os empregados no setor doméstico foram os que tiveram a maior alta no rendimento real habitual, 1,6%. Nessa categoria os ganhos eram de R$ 730 no ano passado e passaram para R$ 742 neste ano.

No trimestre até maio, a taxa de desemprego avançou para 8,1%, no maior nível da série histórica iniciada em 2012.