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Produção brasileira de aço bruto avança 2% no primeiro semestre

13/07/2015 13h46


A produção brasileira de aço bruto subiu 2% no primeiro semestre, frente ao mesmo período do ano passado, para 17,1 milhões de toneladas, informou nesta segunda-feira o Instituto Aço Brasil, entidade que representa a indústria siderúrgica nacional, em evento na cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, as vendas ao mercado interno caíram 12,9%, para 9,7 milhões de toneladas.

Durante esses seis meses, as siderúrgicas se esforçaram mais em colocar seus produtos no exterior. As exportações de aço cresceram 46,1% em volume, para 5,7 milhões de toneladas. Em valor, a alta foi de 12,7%, para US$ 3,28 bilhões. Por outro lado, as importações no Brasil avançaram 4,3%, para 2,07 milhões de toneladas. Em dólares, a redução foi de 6,7%, para US$ 1,95 bilhão.

Com esse desempenho, o consumo aparente de aço no país, que agrega tanto o produto doméstico como o importado, caiu 10,4% entre janeiro e junho, também em comparação anual, para 11,7 milhões de toneladas.

Para Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, o cenário é decorrente de uma demanda interna mais reduzida em junção com questões estruturais do custo de produção. Nesse ambiente, a siderurgia brasileira, que, de acordo com o executivo, deveria rodar a 80% de sua capacidade, hoje utiliza 69% da capacidade instalada.

Nos 12 meses até junho, para tentar salvar margens, as empresas demitiram 11,2 mil funcionários, segundo o levantamento da entidade. Além disso, 1,4 mil contratos foram suspensos no modelo de "layoff". Até o fim do ano, o instituto prevê que sejam cortados mais 3,9 mil postos de trabalho no país.

Segundo as contas do Aço Brasil, foram adquiridas 21 máquinas e equipamentos pelas companhias que ainda não foram colocadas em uso no último ano, por conta do cenário desafiador. Foram adiados US$ 2,1 bilhões no setor, acrescenta a apresentação do instituto.

Conforme dito no primeiro dia do Congresso Brasileiro do Aço, realizado em São Paulo pela entidade, o câmbio não tem sido suficiente para segurar a competitividade das empresas nacionais no mercado global. "As práticas predatórias da China, inclusive sem cumprir regras da OMC [Organização Mundial do Comércio] com o comércio desleal, deixam o Brasil em mau momento", disse Lopes.

Em uma projeção pessimista, se o ritmo de crescimento observado desde a crise de 2008 se mantiver até 2014, o Aço Brasil crê que as imnportações, especialmente da China, vão totalizar 46% do consumo aparente brasileiro do aço, contra 31,2% no ano passado.

Projeção

O Instituto Aço Brasil revisou suas previsões de desempenho do setor em 2015, cortando projeções tanto de vendas como de produção. A expectativa da associação é que as usinas siderúrgicas terminem 2015 com 32,8 milhões de toneladas em aço bruto produzido, 3,4% menos do que o volume de 2014. A previsão anterior, divulgada em abril, apontava para crescimento de 6,5% desse volume.

Para as vendas no mercado interno, a previsão de queda no ano passou de 8% para 15,6%, para um total de 18,3 milhões de toneladas.

O Aço Brasil também mudou sua expectativa em relação ao consumo de produtos siderúrgicos no Brasil, projetando agora uma baixa de 12,8% - maior do que a variação negativa de 7,8% prevista antes.

Se a previsão se confirmar, a demanda por produtos siderúrgicos no país cairá para 22,3 milhões de toneladas, o que significaria um retrocesso ao nível de 2007.

As novas contas do instituto também indicam aumento de 0,8% das importações de produtos siderúrgicos no mercado brasileiro neste ano, para 4 milhões de toneladas. A previsão anterior era de queda de 6,3% na entrada de produtos importados.