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Ações de mineração e siderurgia puxam queda do Ibovespa

14/07/2015 11h56


O Ibovespa negocia em queda nesta terça-feira, com desempenho pior que as quedas da Europa e na contramão das altas nos Estados Unidos. O índice caía 0,61% às 11h49, para 52.795 pontos. Depois de um forte salto ontem, as ações de mineração e siderurgia devolvem parte dos lucros.

Gerdau Metalúrgica PN cai 6,88%, seguida por Gerdau PN (-4,84%), Vale ON (-4,11%), Vale PNA (-3,97%), Bradespar PN (-3,88%), Usiminas PNA (-3%) e CSN ON (-2,67%).

Mais cedo, a Gerdau informou que seu conselho de administração aprovou a compra de fatias minoritárias na Gerdau Aços Longos, Gerdau Açominas, Gerdau Aços Especiais e Gerdau América Latina Participações, por um total de R$ 1,986 bilhão, para simplificar e unificar as participações societárias nas companhias operacionais fechadas do grupo no Brasil.

O desempenho negativo dos papéis das siderúrgicas também reflete o momento complicado vivido pelo setor, que atravessa a crise mais severa de sua história, segundo o Instituto Aço Brasil. A entidade informou ontem que as vendas de aço no primeiro semestre caíram quase 13% no país e cortou as projeções para produção (-3,4%) e consumo (-12,8%) em 2015.

O preço do minério de ferro voltou a cair nesta terça-feira na China. A cotação da tonelada negociada no porto de Qingdao recuou 0,48%, a US$ 50,06, frente a US$ 50,30 ontem.

Ontem, a Vale anunciou que irá reduzir a produção de minério de ferro em 25 milhões de toneladas, mas que manterá a meta de oferta de 340 milhões de toneladas de ferro para 2015. O corte virá de silicosos e das compras de terceiros, segundo Peter Poppinga, diretor de ferrosos da companhia.

"O mercado leu errado o anúncio de que a Vale cortaria produção. Na verdade, a empresa alterou o mix. Não foi um corte clássico", diz Alexandre Póvoa, sócio da Canepa gestora de recursos.

As principais concorrentes da mineradora não pretendem cortar a produção, mesmo com a sequência de baixas do preço da commodity, segundo análise do Citi.

Para Póvoa, o cenário local segue ruim e há travas para a bolsa essa semana. Uma delas é o desgaste que o governo federal terá de sofrer para vetar medidas aprovadas pelo Congresso, como a extensão da correção de salários a aposentados. Outro ponto é a visita da Moody's ao país, amanhã. A agência está atrás no corte da nota brasileira, diz Póvoa, e uma diminuição já é esperada. O foco está na perspectiva, se será negativa ou estável.

Hoje, segundo operadores, o acordo fechado com a Grécia gera incertezas sobre sua aprovação até amanhã pelo Parlamento grego. "Cresce reação contrária ao acordado. Oposição ao governo cresce e indica novas rodadas de incerteza", diz, em nota, o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

Outra influência negativa para a Bovespa é a bolsa da China. Após três dias de alta, o índice Xangai Composto fechou em baixa de 1,12%, aos 3.924,49 pontos. O índice CSI 300 das maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen terminou em queda de 2,37%, a 4.112,15 pontos.

Também pesam as vendas no varejo no Brasil, que recuaram 0,9% em maio, sobre abril, acima da queda esperada (-0,1%), segundo o IBGE.