IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

'Volta Lula' marca ato em defesa de Dilma em São Paulo

14/07/2015 23h31


O coro de "Volta Lula" em 2018 marcou o ato organizado na noite desta terça-feira pelo PT, partidos de esquerda e movimentos sociais em defesa da presidente Dilma Rousseff, em São Paulo. Em um auditório lotado, com capacidade para 700 pessoas, dentro de uma universidade, os apoiadores da presidente acusaram a oposição de tentar dar um golpe para derrubar Dilma e disseram que a defesa do impeachment da presidente é feita por aqueles que temem a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que está em jogo não só o governo da presidente, mas também um novo mandato para Lula. "Sabe o que o pessoal diz no interior? Olha, tudo isso que está acontecendo a gente até entende, que haja corrupção nós já estamos acostumados. O problema é impedir a volta do Lula em 2018, porque a volta do Lula não é uma questão de messianismo nem de salvação nacional. É a continuidade de um projeto que precisa avançar", afirmou Falcão.

A defesa do "Volta Lula" também foi enfatizada pelo presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza. "Se formos capazes de nos recuperar - e nós seremos - vamos assistir Dilma terminar seu mandato e entregar a faixa presidencial para o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva em 2018", disse o dirigente petista. Na mesma linha, o secretário de comunicação do PT, deputado José Américo, e o presidente do diretório municipal do PCdoB, Jamil Murad, também defenderam mais um mandato para o ex-presidente, em 2018.

O presidente nacional do PT chegou a comparar a tentativa de impeachment de Dilma com o que houve com o ex-presidente Fernando Collor de Mello e afirmou que "querem expelir" a presidente do cargo.

No auditório lotado, integrantes do PT, PCdoB, PCO, PDT e de movimentos populares pediram a união das esquerdas e afirmaram que é preciso atrair mesmo aqueles que não apoiam o governo Dilma contra a tentativa de "golpe" em curso no país.

"Não podemos repetir os mesmos erros de 1964", disse a vice-prefeita de São Paulo, Nadia Campeão (PCdoB), em referência à falta de unidade da esquerda na época do golpe militar. "Vamos dar sustentação à nossa presidente. Ela não cometeu nada que pudesse dar ensejo a nenhum tipo de impeachment coisíssima nenhuma".

Falcão afirmou que é preciso buscar "todas as forças que têm interesse na defesa da democracia".

Em tom semelhante, Emídio disse que é "preciso ampliar essa aliança para barrar o golpe". "Temos que buscar outros setores que [mesmo que ] não concordem com o nosso projeto, mas que não aceitem o golpismo como forma de chegar ao poder", afirmou o presidente do diretório estadual do PT.

"Inventaram uma nova forma de golpe, que é o Parlamentar, que é o mesmo do Paraguai", disse Emídio. O dirigente acusou ainda os tucanos de "golpismo". "O PSDB anda muito incomodado de ser chamado de golpista. Só tem um jeito de o PSDB não ser chamado de golpista, que é abandonar a prática de golpe", afirmou . "O único jeito de tomar o poder é vencer as eleições em 2018".

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), não participou do evento.

Organizador do evento, o presidente do diretório municipal do PT de São Paulo, Paulo Fiorillo, afirmou que o ato foi o primeiro de uma série que o partido e os movimentos sociais devem fazer em defesa da democracia e do governo. Pelo menos dois eventos já foram programados em agosto: no dia 12 haverá a "Marcha das Margaridas" e no dia 20 será feito um ato com apoio do MTST, MST, CUT e UNE. "A partir de São Paulo criar um grande movimento nacional para defender Dilma e combater os golpistas. Vamos à luta", disse Falcão.