Fitch corta nota de crédito da Cemig
A Fitch cortou a nota de crédito nacional da Cemig em um degrau, de "AA" para "AA-", por conta da perspectiva de queda na geração de caixa e maior alavancagem após o vencimento das principais concessões de geração da companhia. A perspectiva do rating é negativa, o que indica que novos rebaixamentos podem ocorrer no médio prazo.
"A manutenção de reduzido volume de caixa e aplicações financeiras frente à divida de curto prazo, com necessidade de rolagens de dívida em volumes significativos, não é considerada positiva pela agência", disse a Fitch em nota divulgada há pouco. Segundo a agência, foi considerado ainda nas classificações os desafios impostos pelo "agressivo plano de aquisições do grupo, o forte pagamento de dividendos e a existência de risco político, devido ao seu controle acionário público".
A Cemig deverá deixar de operar gradualmente até 2017 uma capacidade instalada de 3,6 mil MW, referentes a 17 usinas hidrelétricas com concessão vencida ou que expiram nesse período. Somente neste ano, a redução é de 2,8 mil MW, ou cerca de 36% de seu parque gerador, afirma a Fitch.
A estatal mineira brigava na Justiça para manter as concessões de suas três principais hidrelétricas, Jaguara, São Simão e Miranda, que tem um total de 2,5 mil MW, mas teve uma liminar que garantia a manutenção dos empreendimentos derrubada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na semana passada.
Nas contas da Fitch, se não obtiver sucesso em renovar suas concessões, a perda no resultado operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) será de cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. Com isso, o índice de dívida líquida sobre Ebitda deve superar o patamar das 4 vezes, alerta a agência. Nos 12 meses encerrados em março, esse índice estava em 2,1 vezes.
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