State Grid busca parceiro local para linhão Belo Monte, diz porta-voz
A chinesa State Grid, que venceu sozinha o leilão da segunda linha de transmissão de Belo Monte, não desistiu de encontrar um parceiro nacional para o projeto.
"Vamos manter o plano de investimento no Brasil e, naturalmente, para nós, a melhor estratégia é buscar um parceiro local. Vamos manter essa possibilidade e estamos abertos para negociação", disse nesta sexta-feira o vice-presidente de novos negócios da State Grid Brasil, Qu Jang.
De acordo com o vice-presidente de operação e manutenção da companhia, Ramon Haddad, a preferência é por uma nova parceria com a Eletrobras.
"Vamos continuar conversando com os grandes players, especialmente a Eletrobras, que foi nossa sócia no primeiro bipolo", afirmou. No primeiro linhão de Belo Monte, que ligará a usina até a divisa entre São Paulo e Minas Gerais, um consórcio formado pela chinesa, com 51%, e subsidiárias da estatal federal, com 49%, foi o vencedor, com deságio expressivo, de 38% em relação à receita anual teto estipulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo Haddad, a parceria com a Eletrobras só não foi repetida desta vez por "falta de tempo". "Estudamos essa parceria de forma intensa, mas o tempo para formatar esse leilão foi uma restrição impositiva para que colocássemos a proposta de forma independente".
Nos bastidores, representantes da estatal afirmam que a percepção é de que a State Grid teria condições de apresentar uma proposta sozinha - o que abriria espaço para que a Eletrobras, pouco capitalizada, economizasse recursos para a série de leilões de transmissão que serão feitos neste ano.
Um consórcio formado pelas subsidiárias Furnas e Eletronorte chegou a se habilitar para o leilão de hoje, mas, diante da apresentação das propostas de State Grid e Abengoa - que sinalizavam concorrência e, portanto, deságios -, desistiu de entregar o envelope.
Apesar das restrições, uma parceria posterior com a Eletrobras também agrada o governo. Questionado por jornalistas se causava incômodo o fato de um projeto relevante como o linhão de Belo Monte estar nas mãos de estrangeiros, o secretário-adjunto de Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Moacir Bertol, disse que estava confortável com o resultado, e que uma sociedade com a estatal federal seria bem-recebida.
"Gostaríamos que houvesse uma parceria com a Eletrobras, que conhece todo o processo de implementação dos sistemas de transmissão no Brasil. Mas o sistema é livre, aberto", afirmou.
A State Grid levou o segundo linhão de Belo Monte com deságio de 19% em relação à receita máxima anual permitida, de R$ 1,2 bilhão. A proposta foi de R$ 988 milhões de receita por ano.
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