Dólar bate R$ 3,28 e se reaproxima de máximas em 12 anos
O dólar opera em forte alta ante o real nesta quinta-feira, alcançando máximas não vistas desde o fim de março, no auge do nervosismo nos mercados brasileiros que empurrou a moeda às máximas em 12 anos. O real mais uma vez lidera as perdas ante o dólar entre as principais divisas nesta sessão.
Às 9h32, o dólar comercial se valorizava 1,92%, a R$ 3,2866, depois de alcançar R$ 3,2891 - maior patamar desde 20 de março, quando bateu uma máxima em 12 anos de R$ 3,3165.
O dólar para agosto saltava 1,76%, a R$ 3,2925, após marcar R$ 3,2995.
O mau humor reflete a leitura de deterioração da política fiscal, depois de os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciarem ontem não só a redução da meta de superávit primário de 1,1% do PIB para 0,15% como também a criação do que está sendo considerado uma "banda fiscal", que abre espaço até mesmo para que o país amargue neste ano mais um déficit primário.
Há incertezas ainda sobre a postura do Congresso Nacional diante das medidas a ser aprovadas e o grau de concordância de Levy em relação à nova meta.
Com o revés na política fiscal, investidores podem reavaliar a leitura de que há espaço para o Banco Central (BC) iniciar no próximo ano um ciclo de afrouxamento monetário. Isso pode explicar a disparada do contrato de juro de janeiro de 2017, que vinha caindo nos últimos dias justamente pela leitura de possibilidade de queda forte dos juros no próximo ano.
Às 9h32, o DI janeiro de 2017 saltava para 13,500% ao ano, ante 13,329% no último ajuste. O DI janeiro de 2021 disparava a 12,840%, contra 12,469% no ajuste da véspera.
O DI janeiro de 2016 subia a 14,030%, frente a 13,979% no ajuste anterior.
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