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Sindicato pede explicações à GM sobre plano de investimentos

29/07/2015 13h11


O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP) disse nesta quarta-feira ter recebido com "estranheza" as declarações dadas ontem pelo presidente da General Motors (GM) na América do Sul, Jaime Ardila, de que a fábrica da montadora no município do Vale do Paraíba ficará de fora dos novos investimentos do grupo no país.

Em nota assinada pelo presidente da entidade dos trabalhadores, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, o sindicato informa que pediu esclarecimentos sobre os planos da fabricante de automóveis. Para tanto, enviou hoje uma carta ao diretor de relações trabalhistas da companhia, Artur Bernardo Neto, pedindo agendamento de reunião.

Ontem, Ardila disse a jornalistas que, por falta de competitividade, a unidade de São José não vai receber aportes do plano de R$ 6,5 bilhões destinado à produção local de uma nova família de veículos a partir de 2019 - um montante que dobra para R$ 13 bilhões o programa de investimentos da montadora no país.

Havia expectativa de que o parque industrial de São José seria beneficiado porque, em 2013, a GM já tinha negociado um acordo trabalhista e incentivos fiscais para tornar viável a realização de um investimento estimado em R$ 2,5 bilhões na produção de um novo modelo, gerando 2,5 mil empregos.

Ontem, além de descartar a fábrica do interior paulista, Ardila disse que o novo programa de investimento não inclui a produção de um carro popular compacto, na faixa de R$ 25 mil e R$ 30 mil - o projeto que era disputado por São José dos Campos.

O sindicato diz que as declarações contrariam os acordos assinados há pouco mais de dois anos, resultantes de longas negociações, e que, até o momento, não foi oficialmente comunicado sobre a decisão da GM.

"As negociações das condições trabalhistas para a assinatura desse acordo, aprovado em assembleia, foram acompanhadas inclusive por representantes dos governos federal, estadual e municipal. Essas mesmas negociações foram conduzidas pelo diretor de assuntos institucionais da GM e atual presidente da Anfavea [entidade que representa as montadoras instaladas no país], Luiz Moan", diz a nota do sindicato.