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Ambev: Foco na gestão de custos e despesas para enfrentar crise

30/07/2015 14h26


A Ambev informou em relatório de resultados que planeja manter o foco na gestão de custos e despesas, como forma de enfrentar o atual cenário econômico. A companhia estima que o cenário macroeconômico continuará desafiador no Brasil na segunda metade do ano.

A empresa também informou que vai manter o foco nas atuais iniciativas comerciais, para impulsionar o desempenho de vendas no curto prazo.

No segundo trimestre, a Ambev registrou um aumento de 21,2% na receita líquida, para R$ 9,91 bilhões, com 3,8% de crescimento na operação no Brasil, para R$ 5,46 bilhões.

Os custos de produtos vendidos, no entanto, aumentaram 24,1%, para R$ 3,77 bilhões, impactado por pressões inflacionárias, mix de produtos e menor diluição dos custos fixos no Brasil e operações e proteção ao câmbio com resultados desfavoráveis.

Já as despesas com vendas, gerais e administrativas aumentaram 15,6% no período, para R$ 3,12 bilhões. Esse incremento deve-se, em parte, a uma base de comparação alta, considerando que a companhia fez gastos elevados com marketing no segundo trimestre de 2014, durante a realização da Copa do Mundo da Fifa no país.

Em relatório, Nelson Jamel, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev, informou que entre as principais estratégias da companhia para o segundo semestre estão o aumento da oferta de embalagens com preços mais acessíveis para os consumidores, o lançamento de novas bebidas, incluindo cervejas de alto valor agregado (premium), que já respondem por 8,5% das vendas totais da companhia.

Investimentos

A cervejaria vai manter a sua meta de investir no Brasil um montante "similar ou inferior ao de 2014". No ano passado, a companhia investiu R$ 3,1 bilhões.

No segundo trimestre deste ano, os investimentos da Ambev em bens de capital (capex) somaram R$ 1,2 bilhão, sendo que R$ 900 milhões foram investidos no Brasil. No semestre, os investimentos alcançam R$ 1,9 bilhão, dos quais R$ 1,4 bilhão foram aportados no mercado brasileiro.

De acordo com a companhia, os recursos foram aplicados em unidades fabris e centros de distribuição, para aumentar a produtividade das cervejarias e aperfeiçoar as operações. Parte dos recursos também foi usada para dar suporte a inovações, como Skol Beats Senses e Brahma 0.0% e para aumentar a distribuição de garrafas retornáveis- que constituem uma opção mais econômica para os consumidores.

Previsão de receita

Em relação às projeções de resultados para 2015 na operação Brasil, a Ambev anunciou que vai manter inalterados os números. A previsão da companhia é apresentar, ao fim do ano, um crescimento na receita líquida entre um dígito médio e um dígito alto.

Para o custo de produtos vendidos, excluindo valores de depreciação e amortização no Brasil, a previsão é de um crescimento entre um dígito médio e um dígito alto no ano.

A companhia manteve ainda a previsão de crescimento das despesas gerais e administrativas abaixo da inflação no ano.

Segundo o Relatório Focus do Banco Central, a inflação para este ano está estimada em 9,23%. No segundo trimestre, as despesas gerais e administrativas totais da Ambev Brasil aumentaram 0,8%, para R$ 1,75 bilhão. No semestre, o incremento foi de 6,9%, para R$ 3,71 bilhões.

Outros países

A empresa prevê crescimento significativo da receita e da rentabilidade fora do Brasil. Segundo a companhia, ainda há oportunidades de crescimento relevante da receita líquida e expansão da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em todos os países da América Central e Caribe nos quais opera.

No Canadá, a companhia informou que vai continuar perseguindo um crescimento saudável da receita líquida, com alta rentabilidade, aproveitando o portfólio de produtos que já vende no país.

No segundo trimestre, as operações na América Central e Caribe apresentaram um aumento de 13,5% no volume de vendas, para 2,16 milhões de hectolitros. Em receita, o aumento foi de 50,9%, para R$ 720,3 milhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 468,8 milhões, com aumento de 90,1%. A margem Ebitda ajustada cresceu 7,3 pontos percentuais, para 34,8%.

De acordo com a companhia, os ganhos na rentabilidade devem-se a um crescimento de vendas dois dígitos na República Dominicana.

Na América do Sul, as vendas cresceram 7,1% em volume no segundo trimestre, para 7,73 milhões de hectolitros. A receita líquida avançou 86,8%, para R$ 2,15 bilhões. O Ebitda ajustado teve aumento de 141,2%, chegando a R$ 618,5 milhões. A margem Ebitda na região avançou 4,9 pontos percentuais, para 35,7%.

O resultado, segundo a Ambev, deveu-se à expansão de um dígito alto em volume na Argentina, em função de uma base fácil de comparação, ao clima favorável e às vendas de bebidas à base de cerveja, que já respondem por 2% das vendas totais no país. A Ambev também informou ter apresentado uma sólida gestão da receita nos demais países da região, com bom desempenho da Corona e Stella Artois.

No Canadá, a companhia registrou um incremento de 1,6% no volume de vendas do segundo trimestre, para 2,75 milhões de hectolitros. Em receita, o avanço foi de 22,4%, para R$ 1,58 bilhão. O Ebitda ajustado somou R$ 559,2 milhões, uma alta de 13,7% na comparação com o segundo trimestre de 2014. A margem Ebitda, no entanto, teve queda de 2,7 pontos percentuais, para 35,4%.

A companhia informou que as vendas no país foram beneficiadas por um clima mais quente em abril e maio, o que resultou em uma antecipação das vendas de verão. A Ambev teve um desempenho sólido das marcas Corona, Bud Light e outras marcas no país, segundo a própria empresa informou. A rentabilidade, no entanto, foi afetada por resultados negativos em operações de proteção à variação cambial e também por despesas mais altas de vendas e marketing.