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Dilma embarca para o Ceará em busca de apoio de governadores para CPMF

28/08/2015 13h02


A presidente Dilma Rousseff embarca logo nesta sexta-feira, ao meio-dia, para o Ceará, onde cumpre quatro agendas: entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida, reunião com empresários locais, ato do Dialoga Brasil e, à noite, jantar com os nove governadores do Nordeste.

O objetivo do encontro com os governadores, incluído de última hora no roteiro, é buscar apoio dos gestores estaduais à recriação da CPMF, que deve constar do projeto de lei orçamentária de 2016 que o governo envia ao Congresso Nacional na segunda-feira, dia 31.

Havia uma expectativa de que Dilma se reunisse nesta manhã com a Junta Orçamentária no Palácio da Alvorada, porque ela cancelou a primeira agenda no Ceará: assinaria uma ordem de serviço relativa ao lote 4 da ferrovia Transnordestina em Lavras de Mangabeira. Mas o encontro com a equipe econômica ficou para domingo, no Palácio da Alvorada, quando Dilma e os ministros tentarão afinar o discurso sobre a recriação do imposto.

Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, que integram a junta, cumprem hoje agendas no Rio de Janeiro.

O governo está em busca de um discurso oficial para justificar o aumento de impostos. No evento com os governadores do Nordeste, Dilma vai buscar apoio e tentar dividir a responsabilidade com os governadores pela elevação de tributos. Os governadores do PT apoiam a volta da CPMF, como Camilo Santana, do Ceará, que será o anfitrião do jantar, além de Wellington Dias, do Piauí, e Rui Costa, da Bahia.

Uma das apostas do governo é atrelar a elevação dos impostos à necessidade de criar recursos para financiar a saúde. Por isso, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, deu entrevista coletiva ontem nesse sentido, afirmando que há uma "convergência" no governo de que o novo imposto deverá garantir o financiamento do setor.

Em junho, durante um congresso do PT em Salvador (BA), Chioro havia sido desautorizado pela presidente ao defender a volta da CPMF. O Valor mostra hoje que estudos do governo apontam para uma receita extra de R$ 68 bilhões com a recriação da CPMF, enquanto há um rombo de R$ 80 bilhões nas contas públicas.