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Bovespa perde quase 3% após prisão de Esteves e Delcídio na Lava-Jato

25/11/2015 18h01


A bolsa brasileira fechou com queda expressiva nesta quarta-feira, diante do aumento da aversão ao risco depois dos últimos desdobramentos da Operação Lava-Jato: a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. As units do banco foram o destaque negativo do dia, com queda de 21%, cotada a R$ 24,40. No pior momento, chegaram a recuar 38,9%.

Os papéis do BTG não integram o Ibovespa. Mesmo assim, o principal índice da bolsa brasileira sentiu o baque, pressionado pelas ações de bancos e Petrobras. Entre as poucas altas do dia resistiram siderúrgicas e exportadoras, ajudadas pela alta do dólar.

Segundo operadores, investidores estrangeiros, que vinham comprando ações brasileiras nas últimas semanas, hoje marcaram presença. "O envolvimento de um grande banco e do principal líder do governo no Congresso gera uma espiral negativa, de falta de credibilidade. E o estrangeiro detesta incerteza e risco político", disse um operador.

Curiosamente, a maior compradora de bolsa hoje foi a corretora do BTG. "Eles atuaram forte na compra das próprias ações do banco, tentando defender o papel", explicou o operador. No fim da tarde, o BTG anunciou um programa de recompra de suas ações de até 10% do total em circulação.

O Ibovespa fechou em baixa de 2,94%, aos 46.866 pontos e volume de R$ 7,504 bilhões. Entre as principais ações do índice, Petrobras PN (-7,05%) e ON (-7,55%) puxaram as perdas, seguidas por Itaú PN (-4,90%), Bradesco PN (-4,86%).

Além de Petrobras, outras estatais também marcaram presença na ponta negativa, indicando a preocupação dos investidores com o risco político: Banco do Brasil ON (-6,45%) e Eletrobras ON (-4,25%). Para analistas, a prisão do líder do governo no Senado traz de volta os temores políticos, pois pode atrasar ainda mais o andamento das medidas de ajuste fiscal.

Siderúrgicas e exportadoras concentraram as altas do dia, de carona na disparada do dólar: Fibria ON (2,94%), Brasil Foods ON (2,73%) e Gerdau Metalúrgica PN (2,59%).