Sete cidades geram 25% do PIB e São Paulo perde participação, diz IBGE
O município de São Paulo perdeu participação no PIB (Produto Interno Bruto) do país em todos os anos entre 2010 e 2013, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A capital paulista é o município com maior PIB do país, mas sua fatia relativa caiu de 11,5% para 10,7% da economia brasileira nesse período IBGE. Segundo o instituto, a economia paulistana recuou por causa de setores como serviços financeiros, comércio de automóveis e indústria de transformação.
A indústria cresceu abaixo da média da economia nacional, perdeu participação no produto do país e pode ter prejudicado a participação paulistana no PIB geral, já o setor é importante na cidade. Em 2013, o PIB nacional cresceu 3% e a indústria, 2,2%.
A pesquisa do IBGE também mostra que, em 2013, sete municípios foram responsáveis por 25% de toda a geração de riqueza do país.
O Rio de Janeiro é a segunda maior economia e ganhou participação entre 2012 e 2013, de 5,2% para 5,3% de participação no PIB nacional, empurrado pelo setor da construção civil. "O ganho na participação está relacionado com grandes obras de infraestrutura no período", afirmou o IBGE no texto da pesquisa.
A única cidade entre as sete maiores economias do país que não é capital, Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, perdeu participação entre 2012 e 2013, de 1,2% para 1,1%, "em virtude da queda na produção de petróleo".
Brasília manteve a terceira colocação, mas vem perdendo participação desde 2010. Há cinco anos, a capital federal detinha 3,7% do PIB e passou a ter, em 2013, 3,3%. Segundo o IBGE, o recuo ocorreu por causa da desaceleração dos serviços financeiros e do comércio.
Belo Horizonte, Curitiba e Manaus completam a lista dos maiores PIBs municipais, mas não tiveram sua participação relativa alterada entre 2012 e 2013.
De acordo com o PIB dos municípios, em 2013, "a média dos 10% dos municípios com maior PIB gerou 98,5 vezes mais renda que a média dos 60% dos municípios com menor PIB". Juntas, as 27 capitais responderam por 32,8% da economia brasileira naquele ano. Em 2010, essa proporção era de 34,3%
Cidades de destaque
Um grupo de oito cidades do Estado de São Paulo se destacou na geração de riqueza no Brasil: cada um teve participação, em 2013, de mais de 0,5% do PIB do país. Segundo o IBGE, esse grupo tem "grande integração entre indústria e serviços".
Dessas cidades, Osasco e Campinas estão no topo do ranking, ambas gerando 1% do valor adicionado em 2013. Guarulhos e São Bernardo do Campo ficaram logo atrás, com participação de 0,9%. Depois, vêm Barueri (0,8%), Jundiaí (0,7%), São José dos Campos (0,5%) e Sorocaba (0,5%).
Segundo o IBGE, entre 2012 e 2013, o maior avanço proporcional ocorreu no município de Santo Antônio dos Lopes, no Maranhão, "devido à extração de gás natural e também à produção de eletricidade, com início da operação de termoelétrica", de acordo com a pesquisa.
Por outro lado, as maiores retrações foram verificadas nos municípios mineiros de Francisco Dumont, Olhos D'água, São João da Lagoa, Padre Carvalho, Josenópolis e Guaraciama. Todas as seis cidades reduziram a produção de madeira, carvão vegetal e lenha entre 2012 e 2013. A participação de todas essas cidades no PIB do país é inferior a 0,1%.
PIB per capita
Por causa da produção de petróleo, Presidente Kennedy, no Espírito Santo, apresentou em 2013 o maior PIB per capita entre as cidades brasileiras: R$ 715.193,70, bem acima da média nacional de R$ 26.444,63. Nina Rodrigues, no Maranhão, tinha o menor, R$ 3.241,29. Esse município sustentava-se pela transferência de recursos federais: 63,4% do seu valor adicionado bruto total vinham da administração pública.
Entre as capitais, Vitória (ES) possuía o PIB per capita mais alto e Maceió (AL), o menor, em 2013.
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