IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Dólar sobe 0,37% refletindo cenário político e discurso de Yellen

27/05/2016 17h25

O dólar fechou em alta frente ao real refletindo o aumento da preocupação com o cenário político local e o movimento de valorização da moeda americana no exterior, diante da expectativa de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos nos próximos meses.

O dólar comercial subiu 0,37% , fechando a R$ 3,6096, maior patamar desde 7 de abril. Com isso, a moeda encerra a semana em alta de 2,63% e acumula valorização de 4,97% no mês. No ano, o dólar cai 8,76%.

No mercado futuro, o contrato para junho avançou 0,82% para R$ 3,616.

O mercado de câmbio local acompanhou o movimento de valorização do dólar frente às divisas emergentes no exterior.

A revisão para cima do PIB americano do primeiro trimestre e o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, reforçaram a leitura de que o banco central americano deve subir a taxa de juros no curto prazo.

Em discurso na Universidade de Harvard nesta sexta-feira, Yellen disse que uma elevação de juros seria apropriada nos próximos meses. "O discurso de Yellen veio menos ?dovish' tentando se alinhar com os últimos comentários de membros do Fed", afirma Juliano Ferreira, estrategista da Icap corretora.

Na curva de juros dos Treasuries, a probabilidade de uma alta de juros em junho subiu de 30% para 33,8%. Já a chance de um aumento da taxa básica nos Estados Unidos em julho subiu para 62,3%.

Além da menor aversão a ativos de risco no exterior, a preocupação com o cenário político ajudou a ampliar a cautela no mercado local, após uma série de vazamentos de conversas de membros do PMDB com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que fechou um acordo de deleção premiada no âmbito da Operação Lava-Jato. O receio dos investidores é de que novas denúncias envolvendo políticos da base aliada possam afetar o apoio político no Congresso e atrapalhar as aprovações das medidas de ajuste fiscal. "O cenário político continua pesando. A situação não é tão nítida. Além disso, não há medidas específicas para endereçar os déficits fiscais neste ano e no próximo", diz Ferreira.