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Cresce otimismo do consumidor paulistano após 15 meses

25/08/2016 15h16

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do município de São Paulo registrou 100 pontos em agosto, marca que delimita a fronteira entre pessimismo e otimismo. O indicador estava em 97,7 pontos e cresceu 2,4%. Desde abril de 2015 o índice permanecia abaixo dos 100, refletindo o pessimismo do consumidor. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a elevação é ainda mais expressiva (18,2%).

O ICC é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Composto pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e pelo Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), o indicador varia de zero a 200 pontos.

A marca neutra em agosto deve-se ao aumento de 6,6% no índice que mede a percepção sobre as condições econômicas atuais (ICEA) que passou de 51,3 em julho para 54,7 pontos neste mês. No comparativo anual, porém, o subíndice ainda é 7,8% menor quando comparado aos 59,3 pontos apurados em agosto de 2015. O grupo que mais influenciou o resultado do indicador foi o de consumidores com renda inferior a dez salários mínimos, que registrou alta de 13,5% ao passar de 47,2 pontos em julho para 53,5 em agosto. Por outro lado, o ICEA das famílias com renda superior a dez salários exibiu queda de 4,9% em relação a julho, e de 13,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O grupo passou de 60,1 em julho para 57,1 pontos em agosto.

O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), outro componente do ICC, avançou pelo quarto mês consecutivo. O indicador subiu 1,3%, passando de 128,6 em julho para 130,3 pontos em agosto, o que representa alta de 28,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o subíndice marcava 101,6 pontos. Também houve discrepância de resultados entre as rendas familiares. Enquanto os consumidores que recebem até dez salários mínimos registraram elevação de 2,8%, ao passar de 124,8 em julho para 128,3 pontos em agosto, os consumidores com rendimentos acima de dez salários mínimos acusaram queda de 1,5%, passando de 136,6 em julho para 134,5 pontos em agosto. Na comparação anual, porém, os dois grupos apresentaram crescimento de 32,4% e 20,8%, respectivamente.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, apesar da recuperação em relação ao mês anterior, as condições econômicas atuais do brasileiro permanecem ruins (inflação alta, desemprego em elevação e crédito escasso e caro) e a alta da confiança do consumidor nos últimos meses foi quase que inteiramente motivada pela melhora nas expectativas iniciada durante o começo do governo interino.

Ainda assim, tanto a confiança dos consumidores quanto a dos empresários vêm surpreendendo positivamente, com seguidas altas. Para a FecomercioSP, já existem sinais mais concretos, ainda que sutis, que sugerem um segundo semestre melhor que o primeiro. No entanto, a recuperação do nível de atividade de maneira mais sustentável depende das reformas fiscais propostas, que são fundamentais para a queda dos juros, a estabilização do real e, consequentemente, para a normalização do ciclo de consumo.