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Emprego informal perde capacidade de absorver trabalhadores, diz IBGE

30/08/2016 15h21

O desemprego em julho subiu a 11,6%, a maior taxa desde 2012 quando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) começou a ser divulgada. São 11,8 milhões de pessoas na fila do desemprego, recorde registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento do desemprego ganhou um componente extra, reforçado pelo resultado do trimestre encerrado em julho de 2016. O trabalho informal está perdendo a capacidade de absorver parte dos trabalhadores que perderam o emprego, avalia o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. Na comparação com igual período do ano passado, o trabalho por conta própria ganhou 527 mil pessoas. O crescimento, no entanto, é o menor desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015, quando 437 mil pessoas entraram nessa atividade.

Há outro dado que pode indicar que esse negócio informal, feito por conta própria, pode estar em dificuldades. Em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior, encerrado em abril, houve fechamento de 342 mil vagas nessa modalidade, queda de 1,5%.

Cimar Azeredo também apontou outra informação que indica que a recuperação está distante: a massa de rendimento, que é a soma de todos os ganhos dos trabalhadores reais, caiu 4% no trimestre encerrado em julho do ano passado, para R$ 175,3 bilhões.

"É um indicador mais preciso em relação a um círculo vicioso que o mercado de trabalho entrou", disse o pesquisador do IBGE. Com menos pessoas consumindo, o comércio tem menos demanda e a indústria produz menos. "O mercado de trabalho está neste círculo vicioso em ritmo acelerado", afirmou.

Além do aumento do desemprego, a Pnad Contínua mostrou queda nos rendimentos das pessoas ocupadas. O valor médio habitualmente recebido em todos os trabalhos, de R$ 1.985, caiu 3% ante o mesmo período do ano passado, quando era de R$ 2.048.