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Ajustes e noticiário sobre Deutsche geram leve alta nos juros futuros

29/09/2016 18h45

Os juros futuros fecharam a sessão em leve alta, embalados tanto pelos movimentos de correção que ainda pesaram sobre os negócios após o rali recente mas também por uma piora de humor global observada durante a tarde desta quinta-feira. A preocupação com a saúde do Deutsche Bank segue na pauta e, hoje, foi a razão para uma busca por ativos mais seguros, com efeitos diretos sobre o dólar e os juros no mundo.

Na BM&F, o DI janeiro/2018 fechou a sessão com taxa de 12,21%, ante 12,15% no ajuste de ontem; o DI janeiro/2019 era negociado a 11,64%, ante 11,58%; e DI janeiro/2021 estava com taxa de 11,62%, ante 11,52% na quarta-feira.

Ao longo do dia, as oscilações das taxas foram bastante modestas, com investidores apenas acomodando suas posições após a firme mudança de apostas em relação ao rumo da política monetária. A expectativa de que o ciclo de alívio monetário começará em outubro detonou uma onda vendedora, o que jogou para baixo as taxas curtas e também as de prazo mais longo. E, agora, o mercado vai esperar dados novos de inflação e, principalmente, a evolução do quadro fiscal para afinar essas posições.

Após a leitura do Relatório de Inflação, cresceu no mercado a convicção de que o BC está prestes a cortar a Selic, estável em 14,25% há 15 meses. Mas há uma divisão sobre a dose, se será um corte de 0,25 ponto ou de 0,50 ponto. A primeira hipótese é ainda mais provável, com cerca de 65% de chance. Entre economistas, também há uma clara divisão: de 40 analistas ouvidos pelo Valor, oito esperam manutenção, 16 contam com um corte de 0,25 ponto e 15 veem uma redução de 0,50 ponto, enquanto um entrevistado considera as duas possibilidades.

Para operadores, a aprovação mais célere do que o esperado da PEC dos gastos pode fortalecer a aposta em um corte mais forte da Selic, para 13,75%. Hoje, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, veio a público dizer que o texto do projeto deve ser fechado entre segunda e terça-feira da semana que vem.

No fim da tarde, a notícia da agência "Bloomberg" sobre o Deutsche Bank de que um número de fundos que compensam derivativos com o banco alemão sacou parte do colateral e desmontou a posição na instituição provocou uma piora do humor geral. Tanto o dólar quanto os DIs dispararam, mas acabaram devolvendo boa parte dessa alta.