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Dólar cai 17% em 2016, a maior queda em sete anos

29/12/2016 14h25

O dólar chega à última sessão do ano operando nas mínimas em quase dois meses frente ao real, consolidando a retração verificada ao longo do ano que alçou a moeda brasileira ao posto de divisa com melhor performance.

O movimento é ditado pelo exterior, onde a moeda americana se retrai após máximas recentes e as taxas dos títulos soberanos americanos retrocedem, oferecendo uma trégua depois das fortes altas que seguiram à eleição americana.

O dólar acumula queda de 17,58% em 2016. Considerando a taxa Ptax de venda, a moeda americana recua 16,07% no ano até ontem, a caminho da desvalorização mais intensa desde 2009, quando cedeu 25,49%. Ainda assim, o movimento do ano apaga menos da metade da disparada de 2015, quando a Ptax subiu 47,01%, refletindo a piora do ambiente político doméstico e mais ruídos externos.

Para 2017, contudo, profissionais não esperam que o real repita o desempenho deste ano. Se ao longo dos últimos meses o mercado local assumiu uma postura mais otimista com a realidade doméstica em comparação a investidores estrangeiros, a percepção é de alguma convergência nas últimas semanas - com analistas baseados no Brasil começando a fazer mais ponderações sobre o encaminhamento do processo de correção das contas públicas. Santander, Itaú Unibanco, BTG Pactual e Bradesco recentemente revisaram para cima suas projeções para o dólar, aproximando-as de estimativas mais altas de casas gringas.

Às 14h19, o dólar comercial caía 0,88%, a R$ 3,2523. No mercado futuro, o dólar para fevereiro recuava 0,78%, a R$ 3,2595.

No ano, o dólar comercial cai 17,62%, o que deixa o real no posto de moeda com melhor desempenho neste ano. O dólar cai 17,22% ante o rublo, divisa com a segunda melhor performance do ano.

Juros

Os juros futuros operam perto da estabilidade na última sessão de 2016, em um ano marcado pelo alívio nos prêmios de risco após a mudança de expectativa do mercado derivada da transição de governo.

O DI janeiro de 2021 - visto como uma espécie de termômetro da percepção de risco estrutural da economia brasileira - caminha para registrar a maior queda em pontos e também relativa desde 2010, ano em que esse contrato começou a ser mais ativamente negociado. A baixa no ano é de 5,25 pontos percentuais (525 pontos-base).

Isso ajudou a levar o IMA-Geral - índice da Anbima que serve de referência para o desempenho dos títulos públicos brasileiros - a uma alta, em dólar, de 43,75% até a véspera. Em 2015, houve perda de 25,64%, puxada pela desvalorização de 31,98% do real ante a moeda americana, considerando a Ptax de venda.

Depois de fraco volume de negócios nos últimos dias de dezembro, a expectativa é que a movimentação no mercado volte em meados de janeiro, com a posse de Donald Trump nos Estados Unidos e conforme investidores ampliam a ansiedade pela retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, após o recesso parlamentar.

Entre as taxas mais curtas, o principal direcionador deve continuar sendo o ritmo da atividade econômica, junto com a inflação. O mercado ampliou recentemente as apostas em uma aceleração do alívio monetário já a partir de janeiro, à medida que os indicadores econômicos continuavam decepcionando.

A curva de DI embute probabilidades de corte de 0,75 ponto percentual da Selic em todas quatro primeiras reuniões do Copom em 2017. No total, o orçamento de afrouxamento monetário é de 3,15 pontos para o ano que vem.

Às 14h15, a taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2021 estava em 11,360% ao ano, estável ante o ajuste da véspera. Na mínima, foi a 11,340%, menor patamar desde 8 de novembro (11,200%).

O DI janeiro de 2019 tinha taxa de 11,070%, ante 11,060% no último ajuste. Já o DI janeiro de 2018 - que reflete expectativas para os movimentos da política monetária ao longo de 2017 - mostrava 11,540%, exatamente igual à taxa do ajuste de quarta-feira.

Bolsa

Após alta de 1,85% ontem, o Ibovespa negocia em leve alta neste último pregão do ano. A baixa era de 0,29% às 14h15 horas, com 59.957 pontos. No ano, o índice caminha para fechar em alta de 37,5%, puxada por ações de commodities metálicas e Petrobras.

Hoje, o minério de ferro caiu 0,3% e fechou a US$ 80,43 por tonelada no porto chinês de Qingdao. Esse movimento abre espaço para uma leve realização de lucros nas ações de mineração e siderurgia.

A BM&FBovespa divulgou nesta manhã a terceira prévia da carteira do Ibovespa que valerá de janeiro a abril de 2017. A lista mantém a entrada de Eletrobras ON, com peso de 0,598%. Como não há saída de papéis, a carteira do Ibovespa passa de 58 ações para 59.

Os papéis de maior peso na prévia são Itaú PN (10,6%), Bradesco PN (7,666%), AmBev ON (7,156%) e Petrobras PN (6,012%).