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Ações de consumo e siderurgia fecham em alta e puxam Ibovespa

09/01/2017 18h46

A semana começou com o Ibovespa em alta. O índice subiu 0,06% aos 61.700 pontos, mas com movimento financeiro ainda baixo. O giro de negócios ficou em R$ 4,6 bilhões, abaixo da média diária do ano passado que foi de R$ 7,4 bilhões.

De acordo com operadores, dois fatores sustentaram a alta da bolsa de valores. A perspectiva de um corte dos juros básicos da economia na próxima quarta-feira e a melhora na cotação do minério de ferro no mercado internacional contribuem para a alta do Ibovespa.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reúne amanhã e na quarta-feira para definir a trajetória da taxa de juros, que hoje está em 13,75% ao ano. As apostas variam entre um corte de 0,50 a 0,75 ponto percentual.

"Com isso, as ações ligadas ao consumo serão beneficiadas. Muitas companhias têm sofrido queda nas ações devido à baixa no consumo e redução real da renda", diz Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos.

As maiores altas do dia ficaram com os papéis das empresas ligadas ao setor de consumo. Os papéis ordinários da Cyrela subiram 3,62%, as ações ordinárias da Natura tiveram alta de 4,86%, os papéis ordinários da Smiles ganharam 2,66%.

Também subiram as ações das empresas de mineração e siderurgia, acompanhando a valorização do preço do minério de ferro no minério internacional. O minério de ferro no porto de Qingdao, na China, subiu 1,94%. Além disso, ações de mineradoras sobem na Europa.

Os papéis PNA da Vale subiram 2,12% e as ações ordinárias da empresa tiveram alta de 2,04%. Os papéis preferenciais da Bradespar, que tem participação na Vale, subiram 2,43%. As ações ordinárias da CSN subiram 1,51%. Os papéis PNA da Usiminas ganharam 0,67%, as ações preferenciais da Gerdau tiveram alta de 0,09%.

Um dos motivos para o baixo volume financeiro do Ibovespa é que os investidores estão aguardando novos vetores para redefinir as estratégias. "Os investidores estão aguardando também dados sobre a balança comercial da China e a primeira entrevista do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira", diz Ohmachi.

As ações da Petrobras fecharam em baixa, acompanhando a queda do preço do petróleo no mercado internacional. As ações preferenciais caíram 2,11% e os papéis ordinários tiveram baixa de 0,97%. O preço do petróleo no mercado internacional fechou em baixa. Os contratos de petróleo WTI para fevereiro recuaram 3,8% para US$ 51,96 o barril.

A Petrobras anunciou hoje que planeja fazer uma emissão de bônus em uma ou mais séries, a depender das condições de mercado. A intenção da companhia é usar os recursos líquidos da operação para financiar a recompra de papéis que estão no mercado com vencimento em 2019 e 2020. Segundo o Valor, a demanda pelos novos títulos de dívida da Petrobras já soma mais de US$ 15 bilhões.

A ação que registrou a maior queda no dia foi a Marfrig, com baixa de 4,27%. As ações dessas empresas ainda reagem à notícia de que a Arábia Saudita, maior comprador de carne de frango do Brasil, elevou o imposto para importação da carne de aves de 5% para 20%.

Os papéis ordinários do Banco do Brasil caíram 3,77%, depois de o banco ter anunciado que reforçou as provisões para risco de crédito para alguns grupos empresariais de grande porte e para a carteira de micro e pequenas empresas no quarto trimestre do ano passado. Com isso, elevou para o intervalo de 4,5% a 4,6% a estimativa de provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) como proporção da carteira no balanço de 2016. A projeção anterior era de 4% a 4,4%.

O banco também cortou o "guidance" para o retorno sobre o patrimônio líquido ajustado de 2016, que era de 8% a 10% e passou a ser de 7% a 8%. Em novembro, o Banco do Brasil já havia reduzido as projeções de rentabilidade, que até então estavam no intervalo de 9% a 12%.