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Em NY, Dow Jones tem 10º recorde seguido e S&P 500 fecha quase estável

23/02/2017 20h23

Política e fundamentos disputaram nesta quinta-feira os holofotes em Wall Street. De um lado, as declarações do novo secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, sobre prazos e metas da reforma tributária, embora sem entrar em detalhes a respeito das medidas, insuflaram ânimo nos mercados acionários. Mas, nas bolsas de Nova York, alguns movimentos de papéis foram tão intensos que distorceram os efeitos gravitacionais da retórica política sobre os índices americanos.


O impulso do "Trump trade", que aposta nos efeitos positivos das políticas prometidas pelo novo presidente americano Donald Trump sobre a economia, porém, teve força suficiente para levar o Dow Jones à 10º quebra consecutiva de recorde e a sustentar uma leve alta do S&P 500.


Após ajustes, o Dow Jones fechou em alta de 0,17%, a 20.810,32 pontos. Hoje o índice também renovou a máxima histórica em termos absolutos, a 20.840,70 pontos.


O S&P 500 encerrou quase estável, com leve alta de 0,04%, a 2.363,81 pontos, depois de tocar máxima intradia histórica de 2.368,26 pontos. O Nasdaq cedeu 0,43%, a 5.835,50 pontos.


Hoje, o Nasdaq curvou-se sob o peso das quedas de 9,27% da Nvidia - fabricante americana de placas de vídeo - devido a um movimento de realização depois de subir mais de 16% nas últimas duas semanas, e da perda de 6,41% da Tesla, após a divulgação de prejuízos no quarto trimestre e diante da perspectiva de que a construção de três novas fábricas vai continuar a consumir um grande montante em investimentos.


As ações de gigantes de tecnologia conhecidas pelo acrônimo FANG também ajudaram a segurar o Nasdaq no negativo. Facebook teve queda de 0,56%, Amazon recuou 0,40%, Netflix perdeu 0,75% e a Alphabet, controladora do Google, desvalorizou-se 0,04%.


O S&P 500 também não passou imune aos fundamentos nesta quinta-feira. Além das perdas de Tesla, o índice sentiu o impacto do recuo de 15,83% das ações da L Brands, a dona de marcas como Victoria's Secrets e Bath and Body Works. O tombo veio após a companhia indicar queda nas vendas e reduzir as projeções para os próximos períodos.


No Dow Jones, Johnson&Johnson e Pfizer lideraram as altas, com avanços de 1,81% e 1,38%. No balanço geral, os comprados ganharam por 18 ações no positivo contra 12 no negativo.


O impulso político compensou, em parte, os efeitos dos balanços piores que o esperado. A maior sustentação veio pelos comentários do novo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. Embora não tenha dado detalhes sobre os cortes de impostos e a reforma tributária em planejamento pelo governo, Mnuchin reiterou que eles permanecem sendo o item número 1 da sua agenda e disse querer aprovar a reforma tributária antes do recesso parlamentar de agosto.


O secretário do Tesouro, porém, foi mais cauteloso que o presidente em termos de projeções e previu um crescimento anual mais modesto de 3% contra os 4% mencionados por Trump.