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Alckmin diz que denúncia contra Temer não pode parar reforma

04/07/2017 13h10

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta terça-feira que a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção não pode ser usada como pretexto para adiar o avanço da reforma trabalhista no Congresso Nacional.


"Você não pode parar as instituições por causa disso. As coisas precisam caminhar", disse o tucano após participar da cerimônia de entrega de um trem da linha 11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).


Ontem, mais um aliado de Temer, o ex-ministro Geddel Viera Lima foi preso sob a acusação de tentar obstruir investigação que apura sua gestão na Caixa Econômica Federal. A ação gerou críticas entre aliados do governo contra a atuação do Ministério Público e do Judiciário.


Favorável à permanência do PSDB na base do governo Temer, pelo menos até a aprovação das reformas, Alckmin repetiu o discurso de apoio ao presidente pemedebista ao afirmar que as investigações são importantes, mas o "Brasil não pode parar."


"O que a sociedade espera é que haja apuração, investigação e que se faça justiça. E confiar nos poderes instituídos", declarou.


O governador avaliou que as instituições no país estão amadurecendo neste processo. "Você tem que, de um lado, tocar a Lava-Jato e, de outro lado, não prejudicar a economia para as coisas caminharem." O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, liderança tucana, foi incisivo hoje na defesa do Judiciário. Em vídeo publicada hoje nas redes sociais, FHC ressaltou que cabe a essa instituição o poder de "pôr ordem na casa".


Cotado para concorrer à Presidência em 2018, Alckmin defendeu celeridade na reforma trabalhista ao lembrar que hoje o Senado pode votar requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto. O mérito, porém, deve ficar para semana que vem. "[A reforma] ela é importante, porque pode estimular mais empregos, estimular as empresas a contratarem mais e reduzir a informalidade.


Alckmin ainda comentou a informação veiculada pelo jornal "Folha de S. Paulo" de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria cobrado petistas de São Paulo pela oposição tímida ao tucano e pedido que se governo Alckmin fosse "dissecado". Para o governador, a ofensiva de Lula "mostra que ele está com 'medinho' ou com 'medão'".