UOL - Qual a sua opinião sobre as relações trabalhistas no modelo de "uberização"?
Fabien Mendez - Na Loggi, temos três modelagens de negócios: o entregador autônomo MEI [Microempreendedor Individual], 100% legalizado, temos o que chamamos de Loggi Leve, que são entregadores locais com frota de veículos, e uma frota de veículos nossos.
Sobre o modelo de negócio autônomo MEI, acredito que há pontos importantes para ressaltar: os entregadores sempre pediram por essa liberdade, e nós zelamos por essa liberdade, com garantia de renda e proteção do entregador.
O fato interessante é que todos os trabalhadores autônomos parceiros da Loggi são MEIs. O MEI contribui para o sistema previdenciário, paga impostos, e foi a equação que tentamos oferecer, com renda, liberdade, proteção e dignidade.
Marcelo Marques da Costa, advogado da Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil (AmaBR), confirma que a maioria dos motofretistas que prestam serviço para a Loggi, na categoria Prime, preferem ser MEI. Eles ganham um pouco mais que os outros e têm melhores condições. Mas muitos entregadores da categoria Start, que recebem menos e tem piores condições, gostariam de ter alguns direitos garantidos, segundo Costa. Leia aqui com mais detalhes as observações da AmaBR sobre a situação.
Há algum tempo houve manifestação de entregadores pedindo melhores condições de trabalho. Quais são as condições que a Loggi oferece?
As manifestações foram legítimas. Não é porque temos boas intenções que não vamos falhar. Em São Paulo, temos mais de 40 agências físicas, com acesso a banheiros limpos, água, ponto para carregar o seu celular, um ponto para ser atendido por alguém da Loggi.
A Justiça de alguns países reconheceu o vínculo trabalhista dos entregadores da Uber. Qual sua opinião sobre este tipo de ação?
É normal as instituições sempre questionarem novos modelos de negócios.