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Número de acidentes aéreos no Brasil é o menor desde 2010

Avião cai e pega fogo durante pouso em resort na Bahia - Reprodução/Twitter
Avião cai e pega fogo durante pouso em resort na Bahia Imagem: Reprodução/Twitter

Vinícius Casagrande

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Brasil registrou 142 acidentes aéreos no último ano, com 58 mortes
  • Número de acidentes é o menor desde 2010, quando houve 129 acidentes
  • Redução de acidentes com helicópteros foi de mais de 40%
  • Falha de motor foi a principal causa e o estado de São Paulo foi o que registrou o maior número de acidentes

O Brasil registrou no ano passado o menor número de acidentes com aviões e helicópteros desde 2010. Em 2019, foram 142 acidentes, com 58 mortes. Em 2010, ocorrem 129 acidentes e 55 mortes. Os dados fazem parte do painel Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), divulgado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

Em relação ao ano passado, houve uma queda de 14,45% no total de acidentes e de 26,58% no número de mortes causadas pela queda de aviões e helicópteros. Considerando somente os aviões, houve queda de 9,82% no total de acidentes e de 19,51% no número de mortes.

Em termos percentuais, a maior redução foi relacionada aos acidentes com helicópteros. Foram 42,85% acidentes a menos com uma redução de 54,16% no número de mortes. Apesar disso, um dos acidentes com maior repercussão em 2019 foi justamente a queda de um helicóptero que transportava o jornalista Ricardo Boechat.

Falha de motor é a principal causa

Os dados do painel Sipaer mostram que a principal causa dos acidentes com aeronaves no Brasil é a falha de motor em voo. Foram 28 casos no último ano. Em segundo lugar aparece a perda de controle em voo, com 17 casos. Em seguida, está a operação a baixa altura, com 14 acidentes.

O estado de São Paulo, com a maior frota do país, concentra também a maior quantidade de acidentes. Foram 28 casos no último ano. Na sequência, aparecem Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pará, todos com o registro de 13 acidentes cada.

A fase de voo mais crítica continua sendo a decolagem, com o maior número de acidentes no ano passado. Foram 34 casos em 2019. Já o pouso aparece apenas em quarto lugar, com 23 casos e atrás do voo de cruzeiro (29 acidentes) e fase de manobras (24 casos).

A maioria dos acidentes no ano passado foi causada por erros dos pilotos. Segundo os dados do Cenipa, houve oito acidentes por falha no julgamento de pilotagem, quatro por erro na aplicação dos comandos e três por planejamento de voo. Nem todos os acidentes já tiveram a investigação finalizada.

Melhora no treinamento reduz acidentes, diz entidade

O presidente da Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero), comandante Thales Pereira, afirma que os dados são importantes para analisar os principais problemas. Para ele, a redução no número de acidentes é consequência de uma melhora no treinamento de pilotos.

"Analisando as causas dos acidentes em anos anteriores, focamos os esforços da entidade em uma força-tarefa envolvendo fabricantes, pilotos em formação, pilotos em operação, autoridades e demais integrantes da cadeia direta e indiretamente para levar informação aos pilotos em operação e os ainda em formação, com vistas em aprender com os fatos, disseminando a doutrina adequada e procurando contribuir para que outras ocorrências pelas mesmas causas pudessem ser evitadas", afirmou.

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