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Mesmo com safra recorde no Brasil, preços da soja seguem firmes

04/04/2014 11h28

As frequentes sinalizações de aumento na disponibilidade de soja no mercado internacional não estão sendo suficientes para pressionar as cotações da soja. Além da consolidação da maior safra da história da América do Sul, puxada pelo Brasil, o mercado convive com a expectativa de que os norte-americanos plantem uma área recorde em 2014.

A consultoria Safras & Mercado revisou recentemente a sua projeção para a safra brasileira em 2013/2014, agora estimada em 86,9 milhões de toneladas. O número ficou acima do anterior, divulgado no final de fevereiro e que indicava produção de 86,1 milhões de toneladas.

Mesmo não sendo tão grande quanto esperado inicialmente –os produtores apostavam em uma colheita acima de 90 milhões de toneladas--, esta será a maior safra da história, superando em 6% a anterior. Para completar este quadro de ampla oferta mundial, a Argentina deverá colher 54 milhões de toneladas.

Apesar da maior disponibilidade, os preços não caem. A explicação é que mesmo um pouco maior do que no ano passado os estoques mundiais da oleaginosa seguem apertados, principalmente nos Estados Unidos.

Nesta semana, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que os estoques daquele país na posição 1º de março são os menores em uma década para este período, o que provocou uma nova onda de ganhos no mercado internacional da oleaginosa.

Desde o início do ano, os preços da soja na CBOT (Bolsa de Mercadorias de Chicago) acumulam valorização de 13%. Além disso, a demanda pela soja segue muito firme, principalmente por parte da China, o maior comprador da oleaginosa.

Até o momento, o cenário é positivo, mas não há como descartar uma possibilidade de correção no curto prazo. A entrada da safra sul-americana, rumores de que a China estaria cancelando ou prorrogando compras efetuadas no Brasil e nos Estados Unidos e a perspectiva de um plantio recorde nesse último poderão pressionar as cotações.

Por enquanto, o produtor brasileiro de soja não encontra motivos concretos para reclamação. Claro que, se o clima tivesse se comportado mais adequadamente, a produção poderia ser ainda maior. Mas comercializar a maior safra da sua história com preços elevados é um fator que merece ser celebrado.