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Vale a pena investir dinheiro da rescisão trabalhista para abrir franquia?

Filomena Garcia

Colunista do UOL

06/10/2015 06h00

Infelizmente, a crise econômica tem feito muitos brasileiros perderem o emprego nos últimos meses. E até quem continua empregado está inseguro em relação a seu futuro profissional, com medo de ser atingido pelos próximos cortes que algumas empresas ainda devem realizar.

É nesse cenário que as franquias aparecem como uma saída para a crise. Em outros momentos em que o Brasil atravessou turbulências econômicas, as franquias já demonstraram ser uma alternativa segura para quem quer investir o dinheiro recebido das rescisões trabalhistas, para criar uma nova fonte de renda para a família.

E agora elas cumprem novamente esse papel, sendo apontadas por diversos especialistas como alternativa para aplicar o dinheiro da rescisão. E por que isso acontece? São vários os motivos que levam as franquias a serem consideradas um investimento seguro mesmo em tempos de crise.

Na última década, o franchising brasileiro tem registrado índices de crescimento muito superiores ao PIB nacional. No primeiro semestre de 2015, mesmo diante do enfraquecimento da economia, o mercado de franquias teve alta de 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado, como mostram os dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

As redes continuaram em processo de expansão e as vendas das franquias tiveram uma performance superior a dos negócios independentes. Grande parte da força das franquias é explicada pela sua atuação em rede. Ao negociar com fornecedores, a empresa franqueadora tem maior poder de barganha e por isso consegue preços menores e maior prazo para pagamento.

Isso permite que seus franqueados comprem os produtos a preços mais competitivos e ofereçam crédito aos consumidores, o que ajuda a impulsionar as vendas em um momento em que o cliente está mais cauteloso.

Na crise, enquanto a maioria das empresas é forçada a reduzir os investimentos em marketing e propaganda, as franquias também saem em vantagem por contar com um fundo de publicidade bancado por todos os franqueados da rede.

Ao somar uma pequena verba de cada franqueado, a empresa consegue ter recursos suficientes para continuar divulgando sua marca e seus produtos, aproveitando o espaço deixado pela concorrência.

Quem usar o dinheiro do FGTS para abrir uma franquia agora fará parte de uma empresa que já é conhecida pelo público e poderá usufruir dos benefícios de atuar em rede. Irá trabalhar com um modelo de negócio já testado e aprovado e contará com o apoio e os treinamentos oferecidos pelo franqueador para atingir os resultados esperados.

É por isso que apenas 3,7% das franquias fecham as portas, enquanto nos negócios independentes o número sobe para 24%, segundo dados do Sebrae.

É claro que deixar a vida de empregado e se tornar um franqueado implica em riscos. Ainda mais quando o que está em jogo é o sustento de uma família. Por isso, quem foi demitido não deve jamais investir todos os recursos na abertura do negócio. É preciso sempre reservar uma parte do dinheiro para pagar as contas – da família e da empresa – até que o negócio passe a dar lucro.

Também é muito importante ser criterioso na hora de escolher a franquia ideal para investir e conhecer a fundo a rede com a qual pretende trabalhar. Conversar com os atuais franqueados é melhor maneira de entender como realmente é a vida de quem toca o tipo de negócio que você pretende tocar.

Para quem tomar todos os cuidados, a boa notícia é que o mercado de franquias oferece hoje mais de 3.000 opções de negócios, de todos os segmentos e com diferentes níveis de investimento. Certamente, na região em que você está existe alguma demanda que não foi atendida pelo mercado  – e esse espaço pode ser ocupado por uma nova franquia: a sua.