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Estudantes de cursos online tiram notas menores

José Dornelas

Colunista do UOL, em São Paulo

27/01/2014 06h00

A proliferação de cursos online, incluindo muitos gratuitos facilmente encontrados na web, tem levantado a discussão da eficácia dessa modalidade de ensino. Será que são efetivos quanto à aprendizagem proporcionada?

Um estudo feito por Di Xu e Shanna Smith Jaggars da Columbia University identificou que estudantes de cursos online tendem a não persistir e desistem mais facilmente dos cursos. E ainda, suas notas são piores.

Um estudante típico que assiste a um curso online diminui sua tendência de persistir no curso em 7% se comparado ao mesmo curso presencial. E caso continue até o final do curso, sua nota, em média, é 0.3 menor, em uma escala que vai até 4.

Esse dado é importante não só para faculdades e colégios técnicos, mas aos empreendedores envolvidos com negócios de ensino a distância via internet. Não basta apenas oferecer opções online, essas precisam ser eficientes.

Uma das conclusões dos pesquisadores é que falta trabalhar questões como gestão do tempo e habilidades de aprendizagem junto aos estudantes, antes de focar na expansão de cursos online.

Isso abre um leque interessante de oportunidades aos empreendedores que buscam oferecer não só variedade, mas cursos que resultem em aprendizado acima da média. Até agora, a maioria tem focado em quantidade apenas.

No Brasil, vemos iniciativas parecidas com as que existem nos EUA, mas pouca inovação quando o assunto é a didática e a preocupação com a aprendizagem em si.

Se você empreende ou pensa em empreender um negócio online voltado à educação, fica a dica. Quem se diferencia e traz de fato novidades importantes e aprimora o modelo de negócio do setor pode sair ganhando.

Porém, para que isso ocorra, é bem provável que o empreendedor precise investir na contratação de pedagogos e especialistas em educação e não apenas em conteudistas.
Isso pode encarecer a oferta, mas por outro lado, melhora a qualidade. O mercado é amplo e o nicho voltado à qualidade e eficácia dos cursos ainda tem sido pouco explorado no Brasil.