IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Cuide das redes de relacionamentos que garantem sua sobrevivência

Marco Roza

Colunista do UOL

25/03/2015 06h00

Apesar de nem sempre termos consciência, nascemos, vivemos e morremos vinculados às redes formadas por nossos relacionamentos: familiares, comunitários, econômicos e sociais.

Quando decidimos deixar um ponto que ocupamos nessas redes vivas e trocamos o emprego por ter um negócio, o que muda é o foco de nossas atenções e intenções.

Num emprego a rede se manifesta por estruturas abstratas e consolidadas que se materializam e nos controlam por meio de chefias, ordens, burocracias etc. E com recompensas que nos são repassadas em dias, meses ou anos, traduzidas em  benefícios ou punições.

Como empregados, isso nos obriga a equilibrar a rede de contatos em função dos ventos e humores do mercado, da legislação, concorrência e eficiência gerencial.

No controle da própria empresa somos obrigados a sondar as vontades e necessidades abstratas do nicho ao qual nos dedicamos. Nem sempre recebemos ordens diretas.

Mas se não soubermos sondar e nos antecipar, com altas doses de intuição, as tendências, as expectativas e as necessidades não declaradas dos nossos nichos de mercado, teremos que abrir mão de nossa condição de empreendedor e retornar ao emprego.

Ou seja: sempre conseguiremos, enquanto mantivermos a esperança, garantir um pontinho de segurança nas redes que nos envolvem, como disse, desde o primeiro choro até o  último suspiro. 

No comando, sempre compartilhado, de nossa empresa nosso sucesso (ou fracasso) vai depender de como nos equilibramos e cuidamos das redes de fornecedores, da própria rede interna criada e sustentada por nossos auxiliares e o resultado que extraímos dessas redes para interagir com os clientes finais, que formam uma rede tão abstrata que nos envolve numa neblina permanente.

Como empregado ou empreendedor (caso não sejamos herdeiros de grandes fortunas), precisamos estar sempre preparados para realimentar a própria rede que nos sustenta, buscando nela as inspirações e em nós mesmos a energia para desenvolver e apresentar novos produtos, ideias e soluções.

É preciso lembrar, sempre que possível, de uma frase meio batida de Albert Einstein, que ainda pode nos ajudar quando o entrelaçamento imediato de nossas relações, no emprego ou no gerenciamento da nossa nova empresa, nos fizerem temer pela segurança das redes das quais dependemos nossa sobrevivência:

“No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade.”