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Como proteger sua empresa das armadilhas do dia a dia

Marco Roza

Colunista do UOL

01/04/2015 06h00

Muitos empreendedores de primeira viagem enfrentam enormes dificuldades quando estabelecem acordos com seus parceiros de negócios e de uma hora para outra são abandonados à própria sorte. Ficam com a brocha na mão, sem o apoio da escada como registra a cultura popular.

Muitas vezes invejamos os acordos que acompanhamos nos relatos dos romances de conteúdo empresarial ou nos filmes que relatam acertos empresariais de grande vulto.

O que nos escapa nesses filmes ou romances são os encaminhamentos práticos que sustentam os acordos. Numa primeira constatação, vale o que se combina entre os principais atores. Ou seja, acertos comerciais firmados entre os diretores, donos ou principais executivos das respectivas organizações.

Mas o que vale mesmo, desde que sejam imediatamente encaminhados, são os acordos formais que são detalhados assim que os executivos das empresas confirmem os acertos estabelecidos.

A maioria das decepções e desacertos que prejudicam os empreendedores novatos conta com a cumplicidade (ou descuido) do próprio empreendedor ou empreendedora. Porque na fase inicial de implantação de uma organização ainda se tem o hábito de não formalizar, em detalhes e com eficiência estratégica, os acordos firmados.

Ter a assessoria de um advogado especializado é considerado, em muitos casos, um custo, em vez de ser um investimento que protegeria os interesses das partes envolvidas no acordo.

Outro descuido comum é tornar secundária a formalização dos acertos estabelecidos. Deixar pra amanhã, pra depois de amanhã o que se combinou em longas negociações. Até que a escada é retirada. E o prejuízo fica no balanço do empresário novato.

Há que se cuidar também das “maldades” que contagiam muitas negociações. Nem sempre os sorrisos, os almoços em restaurantes sofisticados, as promessas de “amor eterno” são sinceras.

Mas temos que ter consciência que nem o melhor jurista disponível no mercado conseguirá proteger os interesses específicos de um empreendimento, contra as agressividades da concorrência ou até mesmo de aliados mal intencionados. O que blinda a nova empresa, geralmente, é a visão estratégica do dono do empreendimento.

E que ele ou ela seja capaz de se antecipar às manipulações de seus aliados eventuais e se proteger das armadilhas que seus parceiros ou aliados (de má fé) tentem colocar à sua frente. Ao mesmo tempo, estar preparado para ter assessoria jurídica que faça valer até mesmo nos tribunais os acordos estabelecidos.