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Aprenda com os erros da seleção e não deixe sua empresa perder de goleada

Zagueiro David Luiz lamenta derrota do Brasil contra a Alemanha, pela semifinal da Copa - Danilo Verpa/Folhapress
Zagueiro David Luiz lamenta derrota do Brasil contra a Alemanha, pela semifinal da Copa Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Rose Mary Lopes

Colunista do UOL

11/07/2014 06h00

Se a nossa seleção fosse uma empresa, com o último resultado, ela estaria falida. Porém, por pior que seja esse desfecho os empreendedores têm várias lições a retirar dele, antes mesmo de saber quem será o campeão.

Ter visão clara, um projeto de longo prazo faz toda a diferença. Foi isto que fez a Alemanha. A Federação Alemã de Futebol teve continuidade na reformulação técnica e tática: o técnico Joachim Löw totaliza dez anos com a seleção, dois deles como assistente técnico.

Além disto, é importante aprender as melhores práticas com os concorrentes. A seleção alemã seguiu de perto o que o técnico Pep Guardiola fez no Barcelona e que foi seguido pela seleção espanhola.

Outra lição: os alemães perceberam a necessidade de um núcleo sólido de atletas, e investiram para formá-los e mantê-los. Assim, Klose, Schweinsteiger, Podolski e Lahm já participam da seleção há três mundiais.

Ou seja, eles foram pacientes e perseverantes, pois mesmo não sendo campeões nas Copas anteriores não rifaram seu técnico e seus jogadores. Ademais, cinco jogadores provêm do mesmo time, o Bayern de Munique.

Empreendedor, ponha na cabeça que por mais que escolha talentos, só a prática e a constância vão fazer com que se integrem e formem um espírito de corpo.

Se você atrair bons colaboradores e conseguir retê-los, desenvolverá uma equipe que realmente se dedicará aos objetivos traçados. Desde que tenha pessoas de diferentes perfis e ocupem bem as suas funções, permanecendo para que ganhem experiência e amadureçam. Não há mágica para apressar esse processo!

Outra aprendizagem: é preciso contar com adversidades, pois o mercado, os clientes e os concorrentes não vão sempre se comportar do modo como se espera. Para isso, você deve ter pensado e montado esquemas táticos alternativos, treinando-os muito bem.

Assim, sua empresa e sua equipe estarão preparadas em casos de afastamento por doença, competição mais acirrada, clientes mais exigentes, e até para resistir aos reveses. Afinal, uma nota fiscal emitida não é garantia de pagamento.

Parece que não foi isso que norteou o trabalho da seleção brasileira. Contavam e dependiam exageradamente de poucos jogadores. E, na falta desses, outros esquemas não estavam devidamente treinados e robustos para resistir a um adversário disciplinado, focado e competente como a Alemanha.

Contudo, não perdemos nesse último jogo apenas. Era uma catástrofe anunciada. O desempenho da equipe foi inconstante, irregular. Apresentou dificuldades na articulação entre os seus alas que, sem jogadores para a ligação no meio de campo, eram forçados a correr para a área adversária.

Façamos uma analogia: de nada adianta ter excelentes vendedores se internamente quem monta o produto não recebe os kits prontos do pessoal da primeira linha de montagem, e sem que esses, por sua vez, recebam as peças do pessoal do estoque.

O produto somente poderá ser entregue aos clientes, e a empresa poderá aumentar seu escore (faturamento) quando receber pela mercadoria entregue. Mas, se você quiser não ser pego desprevenido, precisa de algo mais.

Seus colaboradores que fazem a ligação com o cliente têm que estar antenados, trazendo informações atualizadas sobre eles, suas necessidades, e avaliações de como os concorrentes estão, o que fazem, como se preparam. Essas informações servirão para competir em igualdade de condições.

Nossos “hermanos” competiram de igual para igual, mantiveram o controle emocional para ir até a disputa final. Lembre que aguentar pressão é indispensável. Sua falta pode derrubar qualquer esquema.