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Adaptações automotivas permitem que empreendedores cheguem ao seu público

Rose Mary Lopes

Colunista do UOL

12/12/2014 06h00

“Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”, diz o ditado. De fato, inúmeras necessidades são preenchidas com praticidade se a solução é levada ao público-alvo, ao invés do movimento contrário.

São mais comuns as unidades móveis de redes de televisão e de rádio, que se locomovem para reportagens e coberturas de eventos e de shows. Entretanto, não somente estes tipos de negócios têm necessidade de chegar perto de onde o evento e o público estão.

Afinal, as necessidades de exames médicos e laboratoriais, consultas e serviços odontológicos, exames preventivos, serviços de reabilitação via órteses e próteses, serviços aos cidadãos, campanhas de saúde e de informação podem ser facilitadas por unidades móveis.

Deste modo, não somente os governos nos diversos níveis – federal, estadual e municipal, hospitais (o das Clínicas de São Paulo) têm adotado soluções móveis para fazer chegar os serviços para as pessoas que moram em periferias, ou cidades menores que não possuem tais serviços.

Também educação e treinamento têm sido oferecidos por meio de unidades móveis pelo sistema Senai, Sesi, Sindicatos como o das Indústrias de Panificação e Confeitaria – Sindipan -, ou mesmo de Universidades como a do Vale do Paraíba.

Afinal, nem sempre o treinamento pode ser oferecido online, principalmente quando envolve a manipulação de ferramentas e equipamentos especiais, o ambiente de uma oficina ou laboratório e o acompanhamento por alguém experiente.

Outras necessidades e oportunidades existem para fazer chegar os serviços, atividades culturais e de entretenimento. Bancos também têm oferecido seus serviços por meio de soluções móveis, indo ao encontro dos possíveis clientes ou seguindo-os nas localidades onde se concentram devido às férias.

Artistas e bandas têm se locomovido pelas regiões brasileiras para participar de eventos ou oferecendo shows, apoiados por ônibus camarins ou "trucks" que se transformam até em palcos. Um exemplo é o da dupla Zezé di Camargo & Luciano que tem um truck Scania adaptado.

Empresas de variados portes têm lançado mão destas soluções para levar seus produtos e serviços ao mercado. Por exemplo: a Natura, Sony, Telefonica, Porto Seguro, Red Bull, Loterias Caixa, Coelba. Honda e Volkswagen têm oficinas volantes.

A Renault, no ano de 2002, lançou a Fórmula Renault e a Copa Clio no Brasil, que formavam o Renault Speed Show. Este nome aparecia estampado num truck da PPD Sports que rodou em diversas cidades brasileiras. Deste modo ajudaram a fomentar a formação de pilotos brasileiros durante poucos anos.

Percebe-se que a adaptação dos veículos para estes diferentes propósitos precisa ser feita por empresas muito especializadas. Precisam conhecer muito a legislação vigente, as resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) e as restrições. Não podem alterar o sistema de suspensão, o conjunto de molas ou exceder limite de peso.

Não podem mudar a altura e a largura original dos veículos, mas podem inovar. Lúcia Helena Lopes, da Keyframe Soluções e Serviços, comenta que, no veículo parado, já conseguiram triplicar a área, por meio de componentes retráteis.

Os empreendedores precisam detalhar o projeto. Para atender as necessidades do cliente precisam usar recursos de simulação – maquetes virtuais – que permitem antever tudo, até a cor!

As adaptações podem incluir: banheiros, reservatórios de água, geradores de energia, secadores, fornos, salas de consulta, oficina, instalação de balcões, camas, armários, palco, revestimentos especiais, toldos, baias para cavalos e adesivagem. E precisam verificar o peso!

Para atender estas oportunidades tanto os empreendedores como suas equipes precisam ser especializadas e apreciar desafios, inovações e concretizar poucos projetos por ano. Afinal, são projetos únicos, completamente customizados de acordo com as necessidades do cliente.