Conheça como é produzido o etanol que abastece os carros brasileiros

Tadeu Fessel/Unica/Divulgação
O Brasil já produziu neste ano cerca de 15 bilhões de litros de etanol. O biocombustível derivado da cana-de-açúcar, que abastece a maior parte dos carros nacionais, é fabricado em mais de 400 usinas, concentradas na região Centro-Sul do país. Clique nas fotos acima para conhecer o processo de fabricação do etanol
Silva Junior/Folhapress
A matéria-prima do etanol brasileiro é a cana-de-açúcar, que pode ser colhida manualmente ou com a ajuda de máquinas. A colheita manual é criticada por exigir a queimada da cana e por supostas más condições de trabalho; um acordo feito entre o governo de São Paulo e as usinas prevê a eliminação desse tipo de colheita no Estado até 2017
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Um caminhão especial, chamado de transbordo, é usado para despejar a cana colhida por máquinas num caminhão articulado, com mais de uma caçamba e capacidade para transportar de 40 a 50 toneladas de matéria-prima para a usina. Cada tonelada de cana produz, em média, 85 litros de etanol
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Assim que a carga chega na usina, uma máquina chamada de sonda oblíqua retira uma amostra de 2,3 kg de cana do interior da caçamba do caminhão; 90% dos veículos que chegam na usina têm uma amostra retirada para análise antes de a cana ir para a produção
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No laboratório da usina, a amostra de cana é prensada e produz um caldo que é submetido a análise; na imagem, a técnica da Viralcool, de Pitangueiras (SP), Marisa Aparecida Corzi, testa o líquido para descobrir o teor de açúcar da cana, que pode variar de 100 kg a 150 kg por tonelada; quanto maior a quantidade de açúcar, mais álcool pode ser produzido e melhor o preço pago pela cana
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Enquanto uma amostra do carregamento de cana é testada, um equipamento chamado de tombador despeja o restante da carga no local onde ela será moída para a extração de um caldo, que dará origem ao etanol
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A cana inteira (colhida à mão) passa por uma lavagem, como mostra a imagem, e depois é picada num equipamento chamado picador, seguindo então para a moagem. A cana colhida no campo por máquinas vai, em geral, diretamente para a moagem; na usina Viralcool, em Pitangueiras (SP), o material que vem da lavoura é picado em pedaços menores, para aumentar a eficiência da moagem
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Antes de ser moída, a cana é esmagada por um grande martelo, que faz com que suas fibras se separem, facilitando a moagem; o resultado é o bagaço, mostrado na foto
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O bagaço é moído seis vezes enquanto vai sendo misturado com a água de um circuito fechado, elevando seu teor de umidade de 17% para 50%, o que ajuda a tirar o máximo de caldo possível para a produção de etanol ou açúcar
Silva Junior
Depois de retirado todo o caldo, o bagaço triturado da cana-de-açúcar, que aparece em primeiro plano na imagem, é estocado; com a sua queima é produzida energia usada na própria usina ou então vendida para a rede pública
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O bagaço obtido depois de todo o processo de moagem é queimado em caldeiras para produção de energia, consumida pela própria usina. Quando há excedente de energia, ela pode ser vendida para a rede pública; a Viralcool, usina de Pitangueiras (SP) produz 50 MW (megawatts) por dia, dos quais 37 MW são vendidos para a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz)
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As engrenagens da moenda, máquina que mói a cana, são movidas a vapor aquecido a 300°C pela queima do próprio bagaço da cana, que é obtido depois da retirada de todo o caldo usado para produzir etanol
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O caldo obtido na moagem vai para tonéis de decantação, como o que aparece à esquerda na imagem. Ali ele fica por pouco mais de uma hora e é misturado a substâncias como a cal, o que faz com que as impurezas se depositem no fundo dos tonéis e o caldo se torne mais limpo
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O caldo extraído da cana que sai dos tonéis com menos impurezas é chamado de mosto; na imagem, ele flui como uma pequena cachoeira antes de ir para a produção de etanol
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Quando o mosto é usado para produzir açúcar, ele recebe antes a adição de substâncias químicas (polímeros) e é movimentado continuamente; nesse processo, o que ainda restava de impurezas forma uma massa cinza que flutua sobre o líquido; chamada de torta, essa massa pode ser aproveitada como adubo na plantação
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O caldo concentrado utilizado para a fabricação do etanol é levado para um tanque onde é misturado com água e fermento biológico, do tipo que se usa para fazer pão; esse fermento é um fungo, que se alimenta do açúcar dessa mistura, transformando-o em álcool e liberando gás carbônico
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Concentrado e fermentado, o caldo é levado para uma centrífuga; lá, ele se divide em duas substâncias: fermento e vinho de cana-de-açúcar (ou vinho fermentado), um líquido formado por álcool, partículas de bagaço, minerais e água
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Como os fungos (fermento) se multiplicam durante a produção de etanol, eles são vendidos para a alimentação de animais como perus e frangos, por R$ 1.700 a tonelada; a usina da Viralcool, de Pitangueiras (SP), produz diariamente 15 toneladas de fungo, que na imagem está sendo ensacado para comercialização
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Separado do fermento, o vinho fermentado vai para uma torre de destilação (à esquerda); lá, o etanol e a água são separados do vinhoto, uma pasta malcheirosa rica em minerais e partículas de bagaço; o vinhoto é poluente quando jogado em rios, mas pode passar por um tratamento para ser usado como fertilizante em plantações
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O etanol que sai da destilação é o combustível usado nos carros; ele é parcialmente composto por água, por isso é chamado de hidratado. Para poder ser misturado à gasolina, é necessário passar por um tanque chamado de coluna de recuperação (na imagem), onde sofre um processo químico que retira a água e o transforma no etanol anidro
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O etanol hidratado, composto por 96% de álcool e 4% de água, é vendido para distribuidoras pela usina Viralcool, de Pitangueiras (SP), por cerca de R$ 1,10 (na primeira quinzena de setembro) e é usado em carros a álcool ou flex; já o etanol anidro, composto por 99% de álcool, é vendido por cerca de R$ 1,23 o litro e é misturado à gasolina; 25% da gasolina no Brasil é composta por etanol anidro
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No Brasil, a maior parte do etanol é armazenada nas próprias usinas; na Viralcool, de Pitangueiras (SP), 60% do álcool produzido é guardado em seis tonéis que, juntos, têm capacidade para 50 milhões de litros. Os demais 40% do biocombustível fabricado são enviados para a Copersucar, cooperativa da qual a empresa participa