05.out.200 - Alex Almeida/Folhapress COMPRAR NA ALTA, VENDER NA BAIXA. É realmente muito dificil acertar o momento de comprar ou vender uma ação, mas esse erro consagrado de investimento muitas vezes ocorre por pura falta de estratégia. "O investidor toma a decisão [de aplicar em ações] porque saiu na mídia que a Bolsa bateu recorde, ou porque subiu mais de 80% num ano", diz o consultor André Bona, da Valor Investimentos. Quase sempre, o cenário que favoreceu esse fato já mudou Andrea Comas/Reuters INVESTIR BASEADO EM BOATOS. Praticamente uma variação do item anterior. O investidor observa o preço de uma ação disparar, sem maior motivo que rumores do mercado, e compra o papel. Mas a queda dos preços pode ser tão fulminante quanto a ascensão Brendan McDermid/Reuters NÃO ADMITIR OS PREJUÍZOS. A recomendação básica para investir em ações é olhar para o longo prazo. Mas pode ser contraprodutivo esperar tempo demais para que uma ação recupere eventuais perdas. "Para decidir quando vender, o investidor deve avaliar as notícias [relativas à empresa ou setor], mas se respaldar com uma análise especializada", diz Mitsuko Kaduoka, analista da corretora Indusval Getty Images NÃO MONITORAR AS APLICAÇÕES. O conselho de investir na Bolsa mirando o longo prazo não livra o investidor da responsabilidade de acompanhar regularmente a situação do dinheiro aplicado. De quanto em quanto tempo? Não há consenso: alguns apontam de três em três meses ou, no mínimo, de seis em seis meses. Mas há quem prefira recomendar um monitoramento diário dos investimentos Nick White/Thinkstock ESQUECER A RENDA FIXA. É interessante que o investidor não deixe de se fazer regularmente uma pergunta: se o meu dinheiro estivesse aplicado na renda fixa (CDBs, fundos ou poupança), estaria rendendo mais ou menos do que neste momento? Martin Oeser/AP NÃO DIVERSIFICAR. Aplicar todo o dinheiro na ação de uma só empresa é uma estratégia bastante arriscada. Ao diversificar as apostas, o investidor pode compensar as eventuais perdas com um papel com os possíveis ganhos de um outro Michael Leckel/Reuters CONFUNDIR A BOLSA COM SEU ÍNDICE. O Ibovespa, principal termômetro do mercado de ações, subiu pouco mais de 7% em 2012. Mas o índice é somente um retrato parcial da Bolsa, concentrado nos papéis mais negociados. Algumas ações valorizaram mais de 60% no mesmo período Yasuyoshi Chiba/AFP ACREDITAR NA GRANDE TACADA. A Bolsa de Valores sempre apresenta números superlativos, com grandes variações de preços tanto para cima quanto para baixo. Alguns investidores esquecem a segunda parte, e chegam a vender imóveis, ou tomar dinheiro emprestado no banco, para fazer uma grande aplicação e (tentar) multiplicar o dinheiro rapidamente Koji Sasahara/AP TER EXCESSO DE AUTOCONFIANÇA. "O investidor lê um ou dois livros, frequenta um curso básico sobre o mercado, e vai operar diretamente na Bolsa. Inclusive alguns já começam a mexer com opções, o que é ainda mais arriscado. Mas [para isso] é preciso ter uma vivência do mercado que muitas vezes uma pessoa não-especializada dificilmente vai acumular porque não é sua atividade diária", diz Edgar de Sá, economista-chefe da Hiperion Invest Folhapress INVESTIR DINHEIRO DE CURTO PRAZO. O erro tão comum de vender uma ação por um preço inferior ao preço de compra acontece, entre outros motivos, por uma distribuição inadequada dos recursos do investidor. Dinheiro que deveria ter permanecido na poupança (para formar uma reserva de emergência, por exemplo) é aplicado na Bolsa por conta de uma eventual disparada dos preços das ações